sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Educação é pauta de encontro entre a governadora e o cientista Miguel Nicolelis.

A governadora Rosalba Ciarlini recebeu na manhã desta quinta-feira (20) a visita do cientista Miguel Nicolelis. Acompanhada de alguns de seus auxiliares - secretários de Estado da Saúde, Domício Arruda; da Educação, Betânia Ramalho; e do Desenvolvimento Econômico, Benito Gama; além da diretora da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte (Fapern), Maria Bernardete de Souza -, a governadora conversou e ouviu sugestões para ampliar a outras regiões do estado o trabalho já desenvolvido pelo cientista no Instituto Internacional de Neurociências de Natal.

O primeiro assunto discutido foi educação. Nicolelis lamentou o fato de a população saber pouco sobre os trabalhos científicos desenvolvidos no Brasil. "O grande problema que a academia nacional enfrenta é que ela nasceu desvinculada da sociedade. O brasileiro se interessa por ciência, mas não conhece o que fazemos", disse, lembrando que estudou na Universidade de São Paulo - USP e a instituição nunca fez nada pela população que vive em seu entorno.

Por essa razão, ele tem no Instituto Internacional de Neurociências de Natal um espaço onde a pesquisa está próxima ao público. Segundo Miguel Nicolelis, a noção central do projeto é única em todo o mundo e por isso há um apreço da academia internacional. "Tudo que é feito aqui tem como objetivo criar um genoma social", disse, lembrando que o desenvolvimento das crianças que participam do projeto é perceptível através do interesse delas pelo trabalho. "Não há nada igual a entrar na escola de Natal e ver as 600 crianças trabalhando; é quase um oásis; elas têm uma alegria impressionante de trabalhar".

E é exatamente esse interesse que se busca desenvolver para evitar a evasão escolar. Dados apresentados durante a reunião dão conta de que 30% das crianças abandonam a escola no Ensino Médio porque precisam trabalhar e outros 30% por achar que estudar não serve para nada. De acordo com Nicolelis, existe uma evasão real, mas também uma provocada, que parte da falta de estrutura e incentivo das escolas, o que gera esse desinteresse. A falta de gestão das instituições de ensino e o despreparo dos professores contribuem para que os alunos se afastem cada vez mais das salas de aula.
A.I-GERN

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