quinta-feira, 24 de maio de 2012

A eleição de Natal começou no tapetão.

O ex-prefeito Carlos Eduardo Alves, líder nas pesquisas de opinião na fase de pré-campanha, será obrigado a travar dura luta no "tapetão" para manter sua candidatura à Prefeitura de Natal. 

Só resta a Carlos Eduardo judicializar a questão como ele bem destacou antes da votação da CMN que desaprovou as contas do seu último ano de gestão [2008]. 

Carlos Eduardo já temia a derrota quando bradou contra adversários políticos na semana que antecedeu o julgamento dos vereadores. 

O ex-prefeito teve as contas desaprovadas porque foi acusado de ilicitudes ao realizar saque no fundo previdenciário do município, no valor de R$ 22 milhões; vender a conta única da Prefeitura ao Banco do Brasil por R$ 40 milhões e usar os recursos sem autorização da Câmara; e por conceder gratificações, incorporações e enquadramentos nos vencimentos dos servidores em prazo proibido pela legislação. 

Para ter o direito de concorrer à Prefeitura de Natal mais uma vez, Carlos Eduardo Alves terá de provar que não cometeu ato doloso de improbidade administrativa. 

Se ele convencer o Judiciário que não houve dolo, deve concorrer. Na pior das hipóteses, sub judice. Com a decisão ontem na Câmara Municipal de Natal, sempre menosprezada por ele, Carlos Eduardo Alves gastará tempo, recursos financeiros e energia na guerra dos tribunais. 

E isso deverá lhe trazer prejuízos na caça aos votos quando a campanha eleitoral começar para valer, a partir do dia 7 de julho como determina a lei. 

Sua principal aliada política não manda mais no PSB. Wilma de Faria determinou que filiados ao partido votassem a favor de Carlos Eduardo e metade da bancada votou contra - apenas Júlia Arruda, Júlio Protásio e Fraklin Capistrano foram obedientes. 

Adenúbio Melo, Bispo Francisco de Assis e Dickson Nasser [ligado a Rogério Marinho] votaram pela desaprovação das contas do ex-prefeito. 

Em bate-papo ontem com o jornalista Roberto Guedes, no meu programa do canal 27 da Cabo [TV Nominuto], ele comentava a tese que Wilma tinha interesse na desaprovação das contas de Carlos Eduardo e que ela pode assumir o lugar do pedetista na disputa em Natal, caso o ex-prefeito continue inelegível. 

Segundo Roberto, Wilma esperava ansiosa pelo resultado da votação realizada na Câmara Municipal. 

Aliás, não só Wilma. Micarla [que mandou claque para CMN], Paulinho Freire (PP), Rogério Marinho (PSDB), a turma do DEM que ainda sonha com Felipinho na disputa, Robinson Faria e Fernando Mineiro. Sem Carlos Eduardo, a eleição em Natal zera para novos arranjos. 

Com a palavra, os senhores magistrados. Diferente de outras situações ou campeonatos, a eleição na capital já começou no "tapetão".
Diógenes Dantas

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