segunda-feira, 10 de março de 2014

Senado teve pedido de reembolso de Botox, implante hormonal e acupuntura

Além do pedido de ressarcimento com serviços odontológicos, senadores e ex-parlamentares enviaram à Casa notas de despesas com tratamentos estéticos, incluindo uso de Botox. 

O Senado, tido como liberal nessa área e detentor de um sistema de reembolso considerado “temerário”, nem sempre aceita tais pedidos. 

Na lista dos processos encaminhados à Secretaria de Assistência Médica e Social do Senado (SAMS) consta um do ex-senador Milton Cabral (PB), que deixou a Casa em 1986, no qual é pedido o reembolso de R$ 2.200 para o pagamento de aplicações de Botox. 

O processo, de agosto de 2013, não deixa claro se o tratamento foi feito pelo ex-parlamentar ou por sua mulher, Miriam Cabral. Os dois aparecem como “pacientes” no documento que inclui outras despesas médicas, num total de R$ 5.110. 

A estratégia do “vai que cola” também foi adotada pelo próprio presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). 

Em processo de 2011 no qual o senador alagoano e sua mulher, Verônica Calheiros, constam como pacientes, ele pede que a Casa arque com despesas de um tratamento de “implante hormonal” de R$ 1.904. 

A equipe técnica rejeitou o pedido. Por meio de sua assessoria, Calheiros informou que não comentaria o pedido de reembolso. 

Agulhas 

No mesmo ano foi levado à mesa da diretora do SAMS, Lêda Braga, o pedido do ex-senador João Durval em que ele pede que o Senado desembolse R$ 50 para o pagamento de agulhas de acupuntura. 

A solicitação não foi adiante. Por sua vez, o ex-senador Jonice Tristão (ES), que deixou o Senado em 1999, como suplente, tentou emplacar o pagamento de lentes de contato que custaram R$ 335. 

Surgem também na lista outros beneficiados que ocupam ou já ocuparam postos de destaque na Casa. É o caso do líder do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira (SP), e do ex-líder do PT Wellington Dias (PI). 

Em uma nota apresentada pelo tucano em março de 2013, em que ele e a mulher, Gisele Nunes, constam como pacientes, há o pedido de ressarcimento de R$ 600 para tratamento estético, não especificado. 

Segundo o senador, foi retirada “uma verruga cancerígena”. “Faço periodicamente uma revisão para tirar algumas pequenas imperfeições que podem virar complicações maiores. E foi lançado errado porque é uma prevenção”. 

No caso do petista, o valor foi de R$ 68,70, para despesas com frigobar realizados pela mulher, Rejane Dias, durante uma internação. 

A assessoria do senador não respondeu à reportagem. Há casos em que senadores deixam de enviar as notas fiscais, mas o pedido de reembolso costuma ser negado. 
Estadão

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