sexta-feira, 4 de abril de 2014

Arena de Natal foi o melhor exemplo entre as cidades-sede da Copa

A dois meses da Copa do Mundo em Natal vale uma constatação importante: a Arena das Dunas surpreendeu por não ter provocado prejuízos aos cofres públicos. 

Em 29 meses ininterruptos de obra, a arena de Natal custou R$ 420 milhões contratados pela OAS ao BNDES na PPP (Parceria Público Privada) com o Governo do Rio Grande do Norte. Segundo o governo, houve uma economia de 3%, algo em torno de R$ 13 milhões. 

Isso deve ser comemorado. Das 12 cidades-sede da copa, Natal é a única a exibir resultado tão positivo. E por uma questão de justiça, é preciso louvar o esforço da governadora Rosalba Ciarlini e da equipe que cuidou da obra, sob o comando do secretário Demétrio Torres (Secopa/DER). 

Alguém pode lembrar que cumprir os valores do contrato é uma obrigação de qualquer governo. Não há menor dúvida. 

Todo governo precisa cumprir o que está contratado, mas estamos no Brasil - o pa ís do jeitinho, do superfaturamento, das obras inacabadas, do caixa dois e dos escândalos de corrupção. 

Basta olhar os números de outras cidades-sede da Copa para verificarmos o carnaval de desperdício com dinheiro público. 

Em Brasília, a reconstrução do estádio Mané Garrincha deveria ter custado R$ 700 milhões. Saiu por R$ 1,5 bilhão em 2013. E agora, às vésperas do mundial, sofreu novas intervenções que elevaram o custo para mais de R$ 2 bilhões. 

O Tribunal de Contas da União já investiga uma série de superfaturamentos. No Rio de Janeiro, a reforma do Maracanã deveria ter custado R$ 705 milhões e saiu por R$ 1,2 bilhão. Em Recife, aqui pertinho, a Arena Pernambuco deveria ter custado R$ 530 milhões e saiu por R$ 650 milhões. 

O estouro no orçamento dos estádios e arenas se verifica nas demais sedes, exceto Natal. Outra coisa: o cronograma da obra da Arena das Dunas foi cumprido durante a gestão de Rosalba. 

Iniciada sem o menor fio de esperança por parte da opinião pública mediante uma decisão solitária e, por que não dizer corajosa da governadora Rosalba em não deixar Natal de fora da Copa do Mundo, a Arena das Dunas foi entregue no final de dezembro e inaugurada no mês de janeiro pela presidente Dilma Rousseff, que elogiou a economia registrada na capital potiguar. 

Por conta de uma série de fatores que resultou num desgaste popular tremendo, fica fácil criticar, bater e jogar pedra na governadora Rosalba. 

Mas a obra da Arena das Dunas deve ser reconhecida como um dos pontos positivos de sua gestão, afinal, Natal será vista em junho por algo como 7 bilhões de telespectadores mundo afora, especialmente no jogo da Itália contra o Uruguai. 

Uma propaganda desta não tem preço. Ainda mais em um Estado onde o turismo é uma de suas principais atividades econômicas. 
No minuto

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