quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Impeachment: Fátima afirma que prefere escrever sua história "com a tinta da verdade e com a caligrafia da justiça"

Durante seu discurso no plenário do Senado, nesta terça-feira, a senadora Fátima Bezerra criticou a narrativa do “conjunto da obra”, defendida pelos parlamentares favoráveis ao impeachment. 

Segundo a parlamentar, no regime presidencialista, o conjunto da obra não pode servir de pretexto para o impedimento da Presidenta da República, nem tampouco de artifício para uma ruptura institucional. 

“Assumam que estão rasgando a Constituição, assumam o desprezo que vocês têm pela soberania popular, assumam que vocês estão querendo tomar o poder de assalto, para interferir nas investigações em curso e para impor ao povo brasileiro um programa que jamais passaria pelo crivo da urna", disse. 

Segundo a senadora, os favoráveis ao impeachment querem, na verdade, impor ao país uma agenda conservadora que pretende congelar os investimentos em educação, saúde e assistência social pelos próximo 20 anos. 

Fátima ainda comparou os avanços construídos nos últimos 13 anos, de governos do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma Rousseff, com os dados do governo tucano, na década de 90. 

A senadora lembrou que foram criadas mais de 500 escolas técnicas, 18 universidades federais, 173 novos campus e foram entregue 2,6 milhões de moradias. “Não queiram falar de conjunto da obra, pois foi exatamente nos governos Lula e Dilma que o Brasil saiu do Mapa da Fome das Nações Unidas; que o Brasil passou a exportar políticas sociais e estratégias de combate à pobreza. Não queiram falar de conjunto da obra, pois a obra que os derrotados nas urnas, que os governos liderados pelo PSDB construíram, foi a concentração da riqueza e a privataria tucana”, afirmou. 

Ao justificar seu voto contrário ao processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, a parlamentar declarou que prefere escrever sua história de vida com a tinta da verdade e com a caligrafia da justiça, em vez de escrever com a tinta da hipocrisia e com a caligrafia da infâmia. 

“Eu me nego a ser coautora deste crime! Quero aqui fazer uma homenagem à presidenta Dilma e a toda a sua geração; a geração que, junto com ela, lutou pela democracia e que permanecem fiéis em defesa da democracia e naquilo que a democracia tem de mais valoroso, que é o respeito ao voto e à soberania popular. Não! Mil vezes não ao golpe e, sim, à democracia!”, concluiu.

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