A justiça de Minas Gerais determinou o pagamento de indenização de R$ 20 mil por danos morais e de R$ 4.183,09 por danos materiais a uma mulher que descobriu, por meio de uma notícia de jornal, que o seu então namorado era casado e tinha uma filha.
A decisão da 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça foi divulgada nesta sexta-feira.
De acordo com o processo, a auxiliar de escritório começou a se relacionar com o fazendeiro em 2002, quando tinha 17 anos e ele, 35.
De acordo com a vítima, eles frequentavam eventos sociais como um casal. Além disso, ela tinha as chaves da casa dele e ficava lá, enquanto o então namorado, durante a semana, ficava na fazenda.
A mulher sustentou que eles adquiriram bens juntos e que, por causa do parceiro, deixou de estudar, embora tenha sido aprovada em vestibulares.
A moça relatou que o fazendeiro fazia promessas de casamento e ambos chegaram a procurar moradia para viverem juntos.
Em 2007, ficaram noivos, mas, em fevereiro de 2008, a auxiliar viu, no jornal Centro de Minas, uma foto do namorado ao lado de outra mulher, com um bebê no colo.
A notícia falava da alegria do casal pelo nascimento da filha.
No processo, a jovem afirma que entrou em choque, ficou deprimida e precisou de ajuda médica.
O namorado, interrogado por ela, se limitava a dizer que havia ocorrido um mal-entendido. A auxiliar declarou que foi expulsa de casa pelos pais, se tornou alvo de chacota na cidade e passou a receber telefonemas da outra mulher, que a agredia verbalmente.
Com base nisso, ela pediu ressarcimento de R$ 5 mil pelos gastos com enxoval e indenização pela dor, sofrimento e vergonha.
O fazendeiro contestou e disse que nunca tinha tido qualquer relacionamento com a auxiliar de escritório, mas, como ambos cresceram juntos, estiveram em muitas festas, igrejas e escolas simultaneamente, porque conhecia a família da moça.
Ele afirmou, ainda, que ela fazia uso contínuo de medicamentos devido a problemas psicológicos e tinha obsessão por ele, apesar de saber que ele era comprometido.
As chantagens e investidas da auxiliar, de acordo com o homem, lhe causaram constrangimento, pois há mais de 12 anos mantinha relacionamento amoroso com a mulher que é mãe de sua filha e esse vínculo é de conhecimentos de todos.
Segundo a Justiça, o fazendeiro rejeitou os documentos que a auxiliar apresentou no processo, argumentando que os cupons fiscais não provavam os gastos alegados e alguns deles tinham data anterior ao suposto início do envolvimento entre os dois.
Além disso, defendeu que o fato de fazer tratamento psiquiátrico não provava a culpa dele.
Terra
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