Quarenta e dois minutos do segundo tempo. O meio-campista mata a bola no peito e lança o atacante, que faz o gol do título. Não qualquer título, mas o fim de uma série de quatro campeonatos do maior rival e a consagração de uma equipe que passaria à história com a marca de 114 gols.
É assim que o ex-jogador Dedé de Dora, que brilhou no ABC e Cruzeiro, lembra do título estadual de 1983, em cima do América.
A trajetória do ABC no título estadual de 83 está narrada no livro “O Rosto Alegre da Cidade”, do jornalista Rubens Lemos Filho, que será lançado na próxima quinta-feira (20), na sede do Clube dos Radioamadores do RN, a partir das 19h.
O livro é uma coleção de 67 crônicas sobre passagens marcantes da história do ABC. Trata-se de um relato apaixonado sobre os grandes momentos do clube alvinegro, feito por quem o acompanha devotadamente há 38 anos.
Dedé de Dora, e seus passes desde a meia-esquerda para Marinho Apolônio e Silva, não poderia ser esquecido. Ele mesmo é quem diz. “Quem viveu essa época e se doou ao ABC, aos times daqui, se sente muitas vezes desprestigiado. Então, um resgate como este livro é sempre muito importante. Reconhece o que fizemos, o nosso amor ao clube. Hoje o jogador não tem mais amor ao clube”, diz.
Uma das falas mais presentes no discurso de Dedé de Dora, quando relembra os tempos de Castelão lotado, é a diferença marcante do futebol que agora se pratica.
“Na minha época ninguém ganhava mais de 10 salários mínimos e o futebol tinha qualidade. Hoje você vê jogador errando 15, 20 passes numa partida. Vê zagueiro cortando a bola para o meio da área. Perdemos a essência do futebol, o fundamento. Depois que esses empresários começaram a tomar conta das divisões de base foi o que aconteceu”, relata.
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