Gustavo Henrique Amorim, de 25 anos, estudante do curso de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), denunciou práticas de homofobia vividas em sala de aula.
Segundo o relato compartilhado nas redes sociais, ao longo do curso ele teria sido tratado de forma preconceituosa até por parte dos professores: "seja menos afeminado" ou "veado não pode fazer urologia" foram frases ouvidas pelo estudante ao longo do curso.
"Foi durante uma aula que o professor falou que 'viado' não poder ser urologista. Todo mundo sabe que eu sou gay e, a partir do momento que ele fala isso, ele tira o meu profissionalismo. É muito humilhante" , disse o estudante, em declaração reproduzida pelo jornal Extra.
O desabafo chegou a ser compartilhado mais de 9 mil vezes até a manhã deste sábado (15).
A repercussão provocou medidas do diretor da faculdade de Medicina da UFRJ.
Roberto Medronho encaminhou o texto de Gustavo Amorim aos funcionários, professores e estudantes do curso, acompanhado por uma nota de repúdio às manifestações homofóbicas.
Um canal de denúncias anônimas também foi aberto pelo diretor. "Vamos abrir um inquérito para apurar e eventualmente punir os culpados", anunciou.
O estudante de Medicina já havia defendido, durante reuniões junto à diretoria da faculdade de Medicina, que fosse criada uma disciplina específica para o cuidado de LGBTs. Amorim justificou a medida como necessária por conta da falta de conhecimento especializado sobre questões relativas aos transexuais, como efeitos de tratamento hormonal e cirúrgico.
A proposta teria sido bem recebida pela diretoria e pode virar disciplina eletiva já no semestre seguinte, segundo destaca o Extra.
NM
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