Apesar de a entrevista ter sido feita em março deste ano, só agora as declarações do presidente de honra da FIFA, João Havelange vieram à baila. O conteúdo foi revelado pelo "UOL" e faz parte de um projeto do Museu de Futebol em parceria com a Fundação Getúlio Vargas. Havelange foi o único cartola ouvido na série de entrevistas do projeto.
O dirigente foi ouvido na época em que a seleção brasileira venceu a Bósnia por 2 a 1 com fraca atuação e falha do goleiro Júlio César. Em meio a considerações sobre sua carreira como gestor esportivo, ele questiona o entrevistador sobre a partida contra a Bósnia e corneta: "gostou do gol da Bósnia? Foi um frangaço, está certo? Com quantos anos ele (Júlio César) está? Está com mais de 32. Então nosso goleiro já não poderia estar lá, no meu entender".
Ele ainda critica duramente Mano Menezes. "Acho que o técnico fez uma análise, alguma coisa nesse sentido, mas é um imbecil, me perdoe a expressão. E tudo isso, se não modificar, nós não vamos chegar a nada. Eu, se fosse presidente, o meu técnico seria o Scolari, com o Parreira em cima. Experiência total, dois homens de personalidade, retos e corretos. Eu não tenho nada a dizer desse porque não o conheço, mas não está conseguindo nada, o senhor me perdoe, e nós estamos em cima do lado."
Havelange faz questão de exaltar Scolari e Parreira e se disse decepcionado com os rumos do futebol profissional. "Às vezes fico triste, porque todo mundo só vê o futebol hoje para ver onde é que pode ganhar uns trocados. Quantos técnicos e dirigentes têm os contratos do jogador no bolso! Depende deles. Vendem e depois: Não, é o clube. Agora, o Scolari não tem isso, é reto. O Parreira não tem isso, o Dunga não tem isso. Mas os outros todos eu tenho minhas dúvidas. O sujeito faz o time de acordo com o interesse do bolso dele", argumenta.
Sobraram críticas até a presidenta Dilma. "Ainda há pouco, no governo dessa senhora, por nenhuma razão, me retiraram o passaporte diplomático. Eu entreguei. 'O senhor vai receber outro'. Estou esperando até hoje", reclamou.
Por Rafael Santos
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