Para ordenar sua vida financeira, o Flamengo tenta tirar do caminho um problema de quase meio bilhão de reais. Em campo, o time que neste sábado enfrenta o Olaria, às 18h30m, em Volta Redonda, vem colhendo resultados. Só que o faz num clube que ainda não consegue prever a entrada de recursos, a incidência de penhoras e não é elegível para captar investimentos de estatais ou via leis de incentivo.
Tudo por não ter a Certidão Negativa de Débito (CND), que virou prioridade do clube. Somente as dívidas públicas que impedem a emissão do documento somam R$ 450 milhões.
O total de débitos fiscais passa de R$ 500 milhões.
A auditoria da Ernst & Young está concluindo seu trabalho, que aponta para um total que deve rondar R$ 600 milhões, entre dívidas públicas e privadas. Em entendimentos com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para conseguir a CND, o Flamengo pagou, em 45 dias, cerca de R$ 25 milhões em impostos.
O objetivo é mostrar ao órgão que está disposto a cumprir seus compromissos.
Nos próximos dias, o Flamengo entregará uma proposta de acordo à Procuradoria. Nela, fixa um valor mensal a ser pago, em troca da emissão da certidão.
Para dar sinais ao governo de que quer romper com a tradição de mau pagador, se propõe a oferecer como garantias seus contratos de patrocínio e até o terreno do CT do Ninho do Urubu.
- Não é só obter a Certidão Negativa de Débito. É obter e manter. Estamos elaborando uma proposta dentro da realidade do clube, algo que possamos cumprir.
É uma proposta de longo prazo - explica Rodrigo Tostes, vice-presidente de finanças do Flamengo.
Sem controle
Regularizar a situação fiscal e conseguir a certidão permitiria ao Flamengo fomentar os esportes olímpicos com leis de incentivo.
Hoje, as modalidades não são sustentáveis. Além disso, interromperia a incidência das penhoras de valores mais altos. Por fim, permitiria contratos com estatais. O patrocínio da Caixa Econômica Federal, com valores próximos de R$ 35 milhões, é uma possibilidade real que está na mesa, mas o Flamengo não é elegível para recebê-lo.
O Globo
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