O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) citou o nazismo ao falar sobre o tratamento jornalístico dado pela TV Globo às mensagens da Lava Jato obtidas pelo site The Intercept Brasil.
Para ele, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) faz algumas críticas à emissora que são corretas.
As declarações foram dadas em entrevista ao UOL publicada neste domingo (26).
Questionado sobre os ataques de Bolsonaro a jornalistas, Lula afirmou que, durante seu governo, de 2003 a 2010, houve "um momento de oito anos de pensamento único contra o Lula".
Em seguida, relacionou ao nazismo à cobertura jornalística da TV Globo sobre as mensagens obtidas pelo Intercept e divulgadas pelo site em parceria com outros veículos, como a Folha.
Os diálogos colocaram em dúvida a imparcialidade do então juiz Sergio Moro ao expor sua atuação nos bastidores, em parceria com policiais e procuradores na linha de frente das investigações.
"O que a Globo está fazendo com o Intercept, era capaz que o nazismo não fizesse. Ela só teve coragem de citar o Intercept duas vezes: quando o Intercept publicou o nome do Faustão, que acho que tinha dado aula pro Moro, e quando foi citar o nome do Roberto D'Ávila, que tinha trabalhado para arrecadar dinheiro para o meu filme. A Globo não fez sequer matéria contra a fajutice da denúncia do Ministério Público [contra o jornalista Glenn Greenwald, diretor do site]. Então, isso é censura", disse Lula.
Os diálogos dos procuradores da Lava Jato, porém, foram alvo de reportagens do programa Fantástico, da TV Globo, quando da revelação das primeiras mensagens.
A denúncia do Ministério Público contra Glenn também foi noticiada pela emissora.
Em nota, a emissora afirma que Lula "deveria se informar melhor antes de fazer afirmações falsas".
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