No despacho em que determinou ontem a abertura de investigação a partir da notícia-crime do delegado Alexandre Saraiva, a ministra Cármen Lúcia alertou para a omissão da Procuradoria Geral da República em relação às acusações contra Eduardo Bim, presidente do Ibama afastado.
“É de se anotar que, conquanto conste expressamente da notitia criminis fatos imputados a Eduardo Bin, quanto a ele nenhum requerimento foi apresentado pelo Ministério Público, tendo o parecer se omitido nesse ponto”, escreveu a ministra, cobrando manifestação urgente do PGR sobre sua “condição processual”.
É curioso que o vice-PGR, Humberto Jacques de Medeiros, braço-direito de Aras, só tenha pedido medidas contra Salles, poupando Bim, que também é investigado no âmbito da Operação Akuanduba e chegou a ser afastado do cargo por determinação de Alexandre de Moraes.
Eduardo Bim tem como assessor o engenheiro civil Durval Olivieri, um dos fundadores da OAS e ex-marido da subprocuradora Maria das Mercês de Castro Gordilho Aras, esposa do PGR.
Durval e Maria das Mercês têm três filhas, hoje enteadas de Aras.
Na página institucional do Ibama, consta que Durval Olivieri usa o mesmo email (presidencia@ibama.gov.br) de Eduardo Bim e uma eventual quebra do sigilo telemático poderia trazer à tona comunicações do próprio assessor.
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