07 de novembro
Uma situação constrangedora aconteceu no banco HSBC da Avenida Prudente de Morais, em Lagoa Nova, sem que a reparação tenha sido devidamente feita ao cliente que teve sua moral jogada na lama pela truculência do serviço de segurança, que já pode ser substituído.
Na sexta-feira passada, acompanhado por sua irmã, o bacharel em Direito Eduardo Pacheco Ramos precisou ir à agência do HSBC descontar um cheque. O primeiro problemas já foi detectado na vaga destinada aos deficientes físicos, ocupada por veículo sem identificação.
Mas foi dentro da agência que a dor de cabeça mesmo veio. Deficiente físico, ele alertou à segurança (da empresa Nordeste) de que necessitaria passar pela porta destinada a esse público, algo que lhe foi negado porque ele não é cliente especificamente daquela agência.
Eduardo foi aconselhado pela segurança a passar pela porta giratória. Ele alertou que seria inviável porque, em razão de sua perna metálica, a trava seria acionada, algo que, de fato, aconteceu por três vezes, não tendo os seguranças, ainda assim, se sensibilizado e aberto a passagem para deficientes.
Os seguranças insistiram na negativa sob o argumento de que a porta era apenas para cadeirantes. É um pensamento demasiado quadrado – quase quadrúpede – tomar a simbologia para deficientes como algo exclusivo dos cadeirantes. Foi esse o procedimento adotado pela segurança do HSBC, relatou Eduardo.
A essa altura, os clientes da área de autoatendimento começaram a se indignar com o caso. Um deles se solidarizou com Eduardo e se prontificou a testemunhar contra a abordagem do banco.
Indignado, Eduardo sacou seu celular e foi tentar fazer imagens dos seguranças, tendo sido ameaçado por um deles. Do lado de dentro da agência, dois funcionários do banco acorreram como bombeiros da situação e abriram a porta para deficientes. Eduardo passou.
Segundo ele, o atendimento do banco foi de uma presteza digna de registro. O mesmo não se pode observar na volta. Os mesmos seguranças se negaram a abrir a porta para que ele saísse.
Eduardo se aproximou de um para identifica-lo. “João Maria, é o nome do segurança que, quando cheguei perto, ele colocou a mão na arma e disse que eu queria aparecer”, queixa-se o bacharel em Direito.
Testemunha do tudo, o cliente Wilton Alves externou sua indignação conclamando que outros cidadãos presentes se colocassem à disposição para prestar testemunho e esclarecimentos contra o HSBC, um deles era o também deficiente físico Gillney, que usa metais internos na sua perna e que na ocasião se dispôs a colaborar.
“Desorientado, recebi a ligação de meu advogado que me instruiu a comparecer à unidade policial mais próxima e registrar um B. O. Fiz isso e espero reparar o direito judicialmente, para que fatos dessa natureza não mais aconteçam; principalmente quando se discute temas importantes de cidadania e inclusão social como direito de todos”, avalia Eduardo.