Cristiane Baliza, cozinheira, de 35 anos, resolveu encarar a campanha para vereadora de Paraguaçu (MG) nas eleições de 2012. Durante três meses ela fez sua propaganda para conquistar uma das nove vagas da Câmara Municipal da cidade.
Seu número era 14.999, partido PTB. No entanto, no domingo (7), dia das eleições, todos que votaram em Cristiane anularam o voto. Aparentemente, o número não existia. E não existia mesmo: o que constava no Tribunal Superior Eleitoral de candidatura da vereadora era o 14.888.
Na verdade, um erro na impressão dos santinhos fez com que ela fizesse campanha com o número errado.
"Eu aceitei o convite para ser vereadora, mas não entendia nada disso", comentou Cristiane por telefone. Segundo ela, o partido do qual seu pai é presidente, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), a convidou para ser candidata nessas eleições para substituir Terezinha Goulart, que renunciou à candidatura, após ser chamada para preencher o mínimo de 30% de candidaturas de mulheres.
Cristiane contou que recebeu os santinhos do partido com o número 14.999 e não conferiu se estava certo. Só descobriu no dia das eleições. "As pessoas passavam na minha casa no dia e diziam que não estavam conseguindo votar em mim, me perguntavam se minha candidatura tinha sido cancelada por algum motivo, porque quando digitavam o número estava anulando o voto".
Ao procurar o Cartório Eleitoral no próprio domingo de eleição, acompanhada do pai, foi apresentado aos dois um documento com firma reconhecida e assinado por Cristiane, pelo Presidente da coligação da qual ela fazia parte e pelo representante do cartório em que constava o nome dela como candidata e o número 14.888. O mesmo havia sido publicado em Diário Oficial e no site do TSE.
Não havia nada a ser feito.
"Eu não sei o que aconteceu, porque em todos os documentos em que prestei contas para o partido, inclusive notas fiscais, estava esse número (14.999) e ningúem viu nem me falou nada. Não culpo ninguém, mas só queria saber porque deixaram eu trabalhar tanto tempo com o número errado", disse, indignada, Cristiane.
G1