O sábado, 12 de dezembro, marcou o último dia de atividades do Festival Ancorá - Curta Ambiental Nordeste 2015, com o tema "Água, Desafios e Sustentabilidade" em Cerro Corá, município da região Seridó.
Em sua segunda edição, que começou na sexta-feira (10), a atração veio com a proposta de difundir o cinema na cidade, e seus quase 11 mil habitantes tiveram a oportunidade de viver a magia da telona. Dessa vez, a iniciativa ressaltou a crescente crise da água, tendo a sétima arte como recurso pedagógico na educação ambiental.
E o principal destaque da noite foi a exibição dos curtas-metragens inscritos para as mostras competitivas. A produção carioca "Não Custa Nada", dirigido por Edu Pereira, venceu a Mostra Curtas Ambientais do Brasil. Enquanto "O Beato Kaji", dos diretores Josenira Fraga e Kaiony Venâncio, recebeu menção honrosa.
A prata da casa também brilhou através de filmes criados pelos alunos das escolas públicas da cidade nas oficinas cinematográficas.
Dos escolhidos da curadoria, "A Gota D'água" ficou com o primeiro lugar na Mostra de Curtas Ambientais de Cerro Corá. "Adorei a experiência e agradeço a equipe do Ancorá pela oportunidade. Foi a primeira vez que participei de um filme. Que venham muitos outros", comemorou Maiane de Lima, que atuou na produção.
Os fãs do cinema ainda foram brindados com a reinauguração do Cine Canário após 30 anos de inatividade, fruto da parceria entre o Ancorá e a prefeitura. Tradicional na história da cidade, o local recebeu as atividades do festival.
O público participou de uma roda de bate-papo com especialistas da sétima arte, que falaram sobre a importância social da sala de cinema no interior e a cadeia produtiva do audiovisual potiguar.
A diretora da ABDeC/RN, Dênia Cruz, disse que há necessidade de exercitar o ver e fazer cinema, de descentralizar e disseminar o acesso à narrativa fílmica. "Precisamos de mais janelas para o nosso cinema, para que ele não fique tão restrito nos grandes aglomerados urbanos e possa circular em todo estado", destacou.
Nelson Marques, presidente do Cineclube Natal, afirmou que "o retorno do Cine Canário é um marco no resgate de espaços culturais na rua".
O prefeito Raimundo Marcelino Borges (Novinho) falou que o festival de cinema deixa um importante legado para o município com a revitalização do Cine Canário. "A população ganha mais uma alternativa de entretenimento com este equipamento multiuso, que será um ponto de apoio para os fazedores de cultura da nossa região. Além disso, o turismo recebe um incremento a mais", disse ele, que recebeu da organização do evento a doação de um retroprojetor.