O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte – CREMERN vem, mais uma vez, esclarecer à sociedade os fatos que estão ocorrendo na assistência à saúde pública do nosso Estado. O corpo de Conselheiros, perplexo com a dimensão dos problemas ocorridos como consequência do descaso daqueles que são os ordenadores de despesa do Governo do Estado, vem a público informar à sociedade que estamos na iminência de um verdadeiro colapso na assistência dos principais hospitais da capital e do SAMU metropolitano.
Isto ocorre porque os serviços médicos terceirizados não recebem os repasses financeiros. Médicos trabalharam sem receber suas produções durante quatro meses. Consideramos um enorme desrespeito para com profissionais que enfrentam o estresse da linha de frente, trabalhando sobrecarregados, com deficiências crônicas por falta de materiais e medicamentos essenciais para o seu trabalho, comprometendo inclusive a própria saúde física e mental, em prol da profissão que escolheram e da convicção de fazer o bem ao próximo.
Apenas esta convicção justifica o tempo trabalhado sem receber a merecida remuneração.
Como autarquia Federal criada pelo Decreto Lei 3268/57, o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte tem como funções fiscalizar e normatizar a prática médica, estando a serviço da sociedade e dos médicos que atuam com ética e zelo pela profissão.
Alertamos a sociedade que os fatos que se seguirão, caso o colapso anunciado venha a ocorrer, serão de exclusiva responsabilidade daqueles que descumprem contratos e acordos, utilizando o discurso da crise financeira que de forma seletiva não afeta outros setores do Governo.
Os ordenadores de despesa não demonstram ter consciência de que a saúde não pode esperar e que decisões equivocadas trazem péssimos resultados para a população mais carente.
Por fim, o Conselho Regional de Medicina, na condição de órgão fiscalizador e detentor de informações importantes, sempre se posicionou favorável a fazer parte de uma força tarefa, com o objetivo de auxiliar na solução dos graves problemas da Saúde Pública.