O jogador Adriano Leite Ribeiro, o "Imperador", esteve nesta segunda-feira (4) na 22ª DP (Penha) para ser submetido a uma acareação por conta da compra de duas motos, feitas em 2008. Um dos veículos foi colocado no nome de Marlene Pereira de Souza, mãe do traficante Mica, apontado como um dos chefes do tráfico na Vila Cruzeiro.
O atacante, porém, que atualmente está desempregado, nega ter presenteado Marlene.
De acordo com ele, a visita à delegacia aconteceu só para esclarecer um engano. "Eu havia dito na ocasião [do primeiro depoimento] que era uma moto preta, e na verdade era uma moto vermelha. Foi só para registrar essa mudança e para acertar toda essa situação", disse o jogador.
O delegado titular da 22ª DP (Penha) confirmou que o jogador compareceu a unidade para cumprir uma determinação do Ministério Público. Adriano prestou depoimento e foi liberado.
As motos foram compradas com o dinheiro do Imperador e levadas para a casa de um amigo dele, Marcos José de Oliveira, na Vila Cruzeiro — comunidade onde o ex-craque do Flamengo nasceu e cresceu.
Em 2009, Adriano disse ter encerrado sua amizade com Marcos ao descobrir que as motos tinham sido vendidas "sem autorização".
Por conta disso, o jogador registrou naquele mesmo ano uma queixa por furto e apropriação indébita, na Delegacia de Roubos e Furtos (DRF).
À época, a polícia informou que Marcos tinha três anotações criminais e foi condenado a um ano e quatro meses pelos delitos de furto, porte ilegal de arma e por dirigir sem habilitação.
Marcos, por sua vez, alegou em seu depoimento não saber como a moto foi registrada no nome da mãe de Mica. Ele contou que entregou os documentos necessários para o emplacamento dos veículos a um despachante identificado apenas como Jorge.
Volta ao Flamengo?
Bem-humorado e magro, o jogador ainda foi questionado sobre uma possível aos gramados pelo time do Flamengo.
Atual lanterna do campeonato brasileiro, o clube de coração do craque foi o último lugar em que ele brilhou, ao conquistar o hexacampeonato brasileiro em 2009.
Adriano foi o artilheiro do campeonato, com 19 gols.
"Tentei falar lá com a diretoria, mas os 'caras' são muito cabeças-dura", disse ele, antes de deixar a delegacia.
Adriano está sem jogar desde que o atlético-PR, clube pelo qual disputou a libertadores da América, foi eliminado da competição.
Craque e traficante estudaram juntos
O advogado da mãe de Mica, Henrique Machado, disse em 2010 que Adriano frequentava a casa de sua cliente desde criança. Segundo ele, o craque estudou com Mica e já foi visto algumas vezes em almoços na casa de Marlene.
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