A estreia de Gabriel Jesus com a camisa da seleção brasileira rendeu festa e muito choro na casa de sua mãe a poucos quarteirões do CT palmeirense.
Dona Vera assistiu ao lado dos três filhos, Caíque, Felipe e Emanuele, do genro e dos netos aos dois gols marcados pelo artilheiro de 19 anos no triunfo sobre o Equador por 3 a 0, em Quito, pelas Eliminatórias da Copa.
“Só nós sabemos o que a família toda passou esperando por esse dia, então, não tinha como não chorar”, afirma Caíque, terceiro dos quatro filhos de dona Vera - ele tem 21 anos, dois a mais do que o irmão famoso.
“Todo mundo aqui em casa começou a trabalhar bem cedo. Eu já fiz de tudo. Só o Gabriel que foi poupado, porque sempre acreditamos no seu potencial como jogador.”
Dona Vera criou os quatro filhos sozinha, com o dinheiro que ganhava como empregada doméstica. Hoje, não precisa mais trabalhar e dedica toda sua força para cuidar, com rédea curta, de Gabriel Jesus.
“A nossa mãe é o pior zagueiro que o Gabriel Jesus pode ter pela frente”, resume Caíque, depois de vê-lo superar Arturo Mina, equatoriano recém-contratado pelo River Plate.
“No jogo contra o Equador, mesmo. Antes de sofrer o pênalti e marcar os dois gols, o Gabriel havia ficado três vezes em impedimento. E ele iria ouvir muito por causa disso. Certamente, nossa mãe diria para ele prestar atenção no último homem”, explica o irmão.
Apaixonada por futebol, a mãe do palmeirense já foi esportista. “Ela jogava basquete nos tempos de colégio e tinha fama de cestinha. Por isso, a vocação pelo esporte da família toda”, conta Caíque, que era lateral-esquerdo.
Já Felipe, o irmão mais velho, atuava como zagueiro. “Mas o Gabriel sempre foi mais determinado que a gente. E tem o dom.”
Dona Vera também faz marcação forte fora das quatro linhas. É ela quem controla o salário de Jesus, repassando apenas uma mesada.
Baladas, cigarro e outros atrativos da idade do atacante são proibidos. “Mas o Gabriel nunca foi chegado em balada. O negócio dele é fazer churrasco em família”, assegura Caíque.
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