A Central do Cidadão, qualquer uma delas, virou central da aporrinhação. Os serviços prestados nestes centros estão deteriorados - para não usarmos palavras deselegantes.
Nada funciona direito. Tudo demora. Conforto? Zero! A insatisfação está estampada no rosto dos usuários e dos servidores encarregados de tocarem o barco.
Na semana passada, eu passei por este martírio. Fui renovar minha carteira de habilitação de motorista na Central do Cidadão do Shopping Via Direta. Eu levei três dias para concluir o processo.
No primeiro dia, foram quase três horas de espera para dar entrada na papelada, atualizar endereço e pegar um boleto no valor de R$ 104,00 - taxa salgadinha, hein!
Com o boleto na mão, hora de enfrentar nova fila - a do banco. Avisado por companheiros de infortúnio [você tem tempo suficiente para fazer amizades], resolvi chegar cedo na manhã seguinte para cumprir a etapa da captura da foto digital e dos exames - de vista e psicotécnico.
Quando eu cheguei as filas davam voltas no Via Direta. Tive de pegar duas fichas - a de número 34 para a captura da foto e a de número 33 para agendar ou realizar os exames. Outro tempo perdido. Foram mais de quatro horas nas duas filas. O serviço era tocado por um par de servidores que, apesar do esforço e de alguma boa vontade, não tinha a mínima condição de impor celeridade e garantir a qualidade no atendimento ao público.
Após concluir a duas etapas, eu tive de voltar ao Via Direta - dessa vez aos Correios - para pegar a nova carteira.
Ou seja, o cidadão leva de 3 a 4 dias para tirar ou renovar a habilitação de motorista. Grande parte do processo - cadastro, emissão do boleto bancário e agendamento dos exames - poderia ser feito pela internet ou pelo telefone. Mas as pessoas são obrigadas a enfrentar longas filas para atualizar endereço, tirar uma foto, agendar um exame, realizar o exame e pegar a nova habilitação. Quanta perda de tempo, minha gente!
As centrais do cidadão estão sucateadas. Isso é de saltar aos olhos. Goteiras por todo lado, ar-condicionado sem funcionar, faltam assentos, sujeira e servidores insatisfeitos, principalmente, com os cortes nas gratificações.
A pergunta que não quer calar: por que o governo deixou um serviço tão importante como este se deteriorar, perder qualidade?
Eu sempre achei a Central do Cidadão uma ideia legal - a de juntar num único local diversos serviços de atendimento ao público.
Quando a coisa funciona bem, o cidadão fica satisfeito e com a sensação de que o Estado fez alguma coisa por ele.
O governo do estado não pode relegar a Central do Cidadão para segundo plano. As centrais são a recepção de qualquer governo, seja qual for. Na maioria dos casos, é nesta central que o cidadão tem contato com o governo de plantão. E a boa impressão sempre fica. No momento, a coisa está feia. A palavra mais ouvida nas centrais é reclamação.
Em contato com a equipe do portal Nominuto.com, o secretário Tiago Cortez afirmou que esta semana serão anunciadas diversas medidas de melhorias nas Centrais do Cidadão, entre elas a reforma e novas instalações hidráulicas e elétricas.
Com relação à reforma da Central do Praia Shopping, o secretário enfatizou que não foi renovado o contrato com este prédio, pois custa R$ 37 mil e não cabe no orçamento do Governo.
“Enquanto o prédio do Via Direta custa R$15 mil, no Praia Shopping, o custo é de R$37 mil. Diante disso estamos procurando um outro prédio em Ponta Negra”, declarou Tiago Cortez.
Oxalá, que as coisas melhorem, secretário Tiago Cortez! As centrais do cidadão são necessárias e deveriam ser tratadas com zelo por qualquer governo.
Diógenes Dantas.