O governo Dilma Rousseff está disposto a baixar o preço da energia, abrindo mão de parte dos tributos federais que incidem sobre a conta, mas quer dividir com os Estados o prejuízo.
O Ministério da Fazenda escolheu a fórmula e o foro para tentar resolver o problema, em um sinal da preocupação do Palácio do Planalto com o preço das tarifas e com a pressão da indústria, que se queixa de perda de competitividade.
Uma fonte do governo federal disse ao Estado que algumas indústrias estão "emparedando" o governo para forçar um corte nas tarifas de energia.
Uma delas é a Alcoa, que controla o consórcio Alumar em São Luís e ameaça fechar suas portas no Maranhão, queixando-se do "elevadíssimo" custo da energia elétrica produzida no Brasil. O presidente mundial do Grupo Alcoa, Klaus Kleinfeld, já disse que a unidade de Poços de Caldas (MG) e uma linha da Alumar, em São Luís, estão em risco.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, planeja apresentar e discutir a proposta da União numa reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). O colegiado, presidido pelo secretário executivo do ministério, Nelson Barbosa, reúne todos os secretários de Fazenda, e é o foro ideal para uma decisão conjunta do governo federal com os Estados.
Mantega dirá que o governo federal topa diminuir a parcela de PIS/Cofins sobre as tarifas, desde que a medida seja acompanhada de uma contrapartida dos Estados. Os governadores terão de reduzir o ICMS que encarece a conta de energia elétrica.
Estadão.