No fim do ano passado, Pelé deu um susto em todos os seus fãs ao aparecer abatido, após ser internado em um hospital de São Paulo para uma cirurgia no quadril.
Três meses depois, no entanto, o maior jogador de todos os tempos já exibe seu bom humor e animação característicos.
Empolgado, ele celebrou a rápida recuperação em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada nesta quarta-feira e realizada em sua casa no Guarujá, no litoral paulista."Eu cheguei arrasado naquela saída do hospital porque me emocionei. Antes, vi muitas pessoas de cadeiras de rodas e alguns mutilados até. Fiquei um mês e meio sem fazer praticamente nada no hospital. Fiquei deitado o tempo todo. Estou nessa faz três meses. Faço o trabalho de fisioterapia com a minha filha, a Flávia, que é fisioterapeuta em São Paulo. E graças a Deus eu já pulei etapas nesse processo de recuperação. Era para passar pelo andador, que eu chamo de 'quatro patas', depois para as muletas, e das muletas para a bengala. Fui direto para a bengala. Deus me deu uma boa recuperação. Me sinto bem", comentou.
Se passou por momentos complicados, Pelé se apoiou em dois de seus principais hobbies durante os primeiros meses de recuperação. Além de compor algumas canções, o ex-jogador aproveitou para assistir a diversas partidas de seu Santos e da seleção brasileira. Ele acompanhou a mudança de Mano Menezes para Luiz Felipe Scolari no comando e disse ter ficado satisfeito com a escolha do novo treinador.
"Fiquei preocupado com a seleção brasileira.
Tivemos três anos com o Mano Menezes e não aproveitamos nada. Digo que não é só culpa do Mano, mas nesses três anos não tivemos nenhum projetinho de time. Felipão e Parreira já fizeram uma mudança quase radical na equipe. As experiências devem ser feitas com jogadores novos. Os experientes, como Ronaldinho, já sabemos como jogam e que vão jogar um tempo ou outro. Escolher Felipão e Parreira para o cargo foi bom. O Parreira é de confiança e o Felipe tem essa postura de ser sério. Isso é bom. Agora, vamos fazer um time", avaliou.
Mano Menezes, no entanto, não foi o único criticado por Pelé, que não escondeu a decepção com o futebol apresentado na seleção pelo principal jogador brasileiro na atualidade. Para o "Rei do Futebol", Neymar se torna um "jogador comum" quando veste a camisa amarela.
"O Neymar, por exemplo, toda vez que chega na seleção vira um jogador comum", criticou. "Não é isso o que esperamos do Neymar, principalmente nós do Santos. Temos uma confiança danada nele. Mas ele é um jogador comum na seleção. Tudo é visando o Neymar. Ele é um jogador sem experiência internacional. Ele já se preocupa mais em aparecer na mídia do que em jogar para o time. É um excelente jogador, mas sem experiência lá fora. Em todos os jogos fora do País ele não vai bem."
Estadão