O atacante Fred, do Cruzeiro, foi às redes sociais e escreveu um longo texto manifestando seu apoio à greve dos caminhoneiros, que teve início no último dia 21 de maio.
O jogador exaltou a luta da categoria, que reivindica redução do preço do combustível no Brasil. “Eu quero que o Brasil mude pra melhor. Porém, não me esforço o tanto quanto deveria para que isso aconteça. Me falta a coragem que sobra aos caminhoneiros. Enquanto isso, fico na torcida para que esses sofridos e destemidos trabalhadores consigam, sozinhos, realizar a mudança que eu sonho em ver no Brasil. Entretanto, sem o apoio de todos nós, a resistência deles tem um limite. E tomara que esse limite seja do tamanho de todas as nossas necessidades”, começou o atacante.
Sobre as acusações de que a greve dos caminhoneiros estão atrapalhando o funcionamento do país, Fred rebateu e colocou a “culpa” nos governantes.
“Não são, nunca foram e nunca serão os caminhoneiros que impedem, impediram ou impedirão a população brasileira de ter acesso aos direitos sociais básicos. Quem sempre fez isso foram os políticos eleitos pela nossa ignorância e pouco caso com uma arma tão importante e poderosa: o VOTO! Voto que carrega consigo toda a confiança e a esperança de uma nação inteira”, afirmou.
No mesmo post, no Instagram, o ex-atacante do Fluminense e da seleção brasileira lembrou que passou fome no passado.
“Sinceramente, torço para que essa greve dos caminhoneiros não acabe logo. E mais: tomara que ela atinja em cheio não apenas os mais necessitados, mas, também, pessoas com um padrão financeiro mais elevado, como eu mesmo. Acredito que só assim haverá mudança de verdade. Digo isso com a propriedade de quem, por inúmeras vezes em um passado não tão distante, já passou por dificuldades até para se alimentar”, escreveu o camisa 9.
Por fim, o jogador criticou o silêncio do futebol em relação à greve e lembrou que em 2013, durante a Copa das Confederações e que o povo brasileiro foi às ruas contra a corrupção, os jogadores da seleção brasileira foram orientados a não comentarem sobre política.
“Tudo o que tenho na vida, eu devo a Deus e ao futebol. Porém, “o futebol é a coisa mais importante dentre as menos importantes. A bola segue rolando pelos gramados brasileiros como se nada estivesse acontecendo. Um absurdo! Isso está me fazendo lembrar muito a Copa das Confederações de 2013, quando o povo brasileiro invadiu as ruas, literalmente, e não queriam que nós, jogadores da Seleção Brasileira, emitíssemos nossas opiniões. Terei orgulho de dizer aos meus filhos que, naquele momento difícil da nossa história, eu e meus companheiros nos reunimos na Granja Comary e, por alguns instantes, deixamos de ser apenas jogadores de futebol para desempenharmos um papel muito mais importante: o de cidadãos e patriotas. Não nos omitimos e nos expressamos conforme a nossa consciência mandou naquela hora”, finalizou Fred.
NM