A doutora Adriana deixou Brasil junto com outros 8.330 médicos o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), ter feito críticas sobre o contrato entre Cuba e o programa Mais Médicos.
Além de saudades, a profissional deixou também o acompanhamento de famílias inteiras de Saracuruna, bairro humilde de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
"Quando o Mais Médicos chegou, poxa, foi ótimo. Porque a gente tem que ficar esperando de madrugada para ir para outros hospitais, madrugar com criança. Aqui não, aqui tinha um horário certinho. A gente chegava e era bem atendido", disse Lais, de 25 anos, em entrevista ao UOL.
"Achei maravilhoso porque pegou nosso bairro, tratou nossas crianças, era um tratamento muito bom. As doutoras que vieram para cá eram perfeitas. Meu pré-natal foi todo aqui. Agora não sei o que aconteceu, tiraram os médicos todos", completa a jovem.
A irmã de Lais, Tais Cristina Cipriano, de 32 anos, está grávida e lamenta a mesma situação e diz que ficaria feliz se os médicos cubanos voltassem a atender na região. "Já fui atendida em hospital grande pelos cubanos. Mas eles já saíram. Agora, só Jesus", afirma. "Com as duas doutoras que estiveram aqui, a Adriana e a Glória, foi ótimo. Elas me tratavam bem. Se fosse para as médicas cubanas voltarem, amém", completa.
O Ministério da Saúde diz que "está aberto um edital para preencher as 8.517 vagas que eram ocupadas, em todo o país, por médicos da cooperação com Cuba".
A pasta ressalta ainda que "está fazendo todos os esforços para preencher essas vagas". Cerca de 30% das vagas deixadas pelos cubanos ainda não foram preenchidas. Segundo a reportagem do UOL, quatro dos treze postos de trabalho dedicados ao programa em Duque de Caxias continuam desocupados.
NM