domingo, 7 de abril de 2013

Jornais sofrem impacto do cerco de Cristina

A mais nova estratégia de ataque do governo argentino aos jornais que lhe fazem oposição --a proibição aos supermercados e lojas de eletrodomésticos de publicarem anúncios em suas páginas-- começa a dar sinais de sucesso. "La Nación", "Clarín" e "Perfil" acusam uma queda em seu faturamento publicitário anual de mais de 15%. 

"Esse número tende a aumentar se os anunciantes não voltarem", diz à Folha o secretário de Redação do "La Nación", Hector D'Amico.

Na última semana, o "Clarín" deu início a um programa de demissões voluntárias e o grupo Perfil, que publica o jornal de mesmo nome e uma série de revistas, segue reformulando produtos. 

Os três buscam alternativas no mercado publicitário, mas ainda não conseguiram substituir o prejuízo causado pela saída das grandes cadeias. A proibição teve início junto com o congelamento de preços anunciado em princípio de fevereiro. 

Trata-se de um acordo entre os donos das lojas, firmado sob pressão da Secretaria de Comércio Interior, chefiada por Guillermo Moreno. "Portanto, não há nada no papel. 

O governo atua com base na intimidação. Os que não seguem o acordo depois são castigados de outras formas", explica D'Amico. 

Entre elas, está o uso da Afip (Receita Federal) para investigar e expor a situação dos impostos dos empreendimentos e vetos a importações e exportações, das quais as mesmas dependem. "Essa é a última e quiçá a mais aguda e criativa medida do kirchnerismo contra os meios", diz Gustavo González, editor-executivo do "Perfil". 
Folha

Nenhum comentário:

Postar um comentário