Se a sociedade não se mobilizar, o Congresso parece que não terá pudor algum em votar medidas cujo único propósito é conter a operação Lava-Jato e futuras investigações de corrupção.
O primeiro alvo é o instituto da delação premiada.
Propostas em pauta na Câmara e no Senado querem impedir as delações de réus ou investigados presos, limitar o período em que o investigado pode firmar acordos de colaboração e aumentar as exigências de provas que sustentem as acusações.
Foi esse o roteiro que se seguiu à Operação Mãos Limpas, na Itália. E lá os políticos tiveram sucesso em mitigar o alcance das investigações.
Aqui há um movimento contrario, com ecos também no Congresso.
Ministério Público Federal e movimentos da sociedade civil se mobilizam pela votação do pacote batizado de Dez Medidas contra a corrupção – que aperta os parafusos, em vez de afrouxá-los.
À frente da reação, o procurador Deltan Delagnol, da força-tarefa de Curitiba, foi enfático ao dizer que o combate à corrupção no Brasil é uma piada de mau gosto.
Comparou a prática a uma serial killer que mata sorrateiramente, na forma de falta de medicamentos, escolas e segurança.
Não será fácil, como já foi, para o Congresso protagonizar uma lambança contra os avanços trazidos pela Lava-Jato. Como se vê, estão todos de olho.
ROL
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