A Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados (CEC) homenageou em audiência pública terça-feira (13) os 50 anos da campanha “De pé no chão também se aprende a ler”, que marcou Natal no início da década de 60.
A campanha, inspirada nas ideias do pedagogo Paulo Freire e organizada por Moacyr de Góes durante a gestão do prefeito Djalma Maranhão, alfabetizou cerca de 25 mil natalenses em uma época em que 37% dos habitantes da capital não sabiam ler. Foi extinta pelo Golpe Militar.
Participaram da audiência o professora da UFRN e autor de “Lendo e aprendendo: a campanha De pé no chão”, Willington Germano, a filha de Moacyr de Góes, Clara Raissa, o membro da Comissão Brasileira de Justiça e Paz, Geniberto Paiva Campos, a reitora da UFRN, Ângela Paiva, o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu, e o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, entre outros representantes de movimentos ligados à educação do país.
“Nesse momento de resgate da Memória, da Verdade e da Justiça, é muito importante homenagear uma campanha que tinha como centro a educação para a liberdade”, disse Fátima Bezerra, relembrando a criação da Comissão da Verdade recentemente por Dilma Rousseff.
Willington Germano resgatou a influência da mobilização da campanha de Djalma Maranhão para o surgimento de "De Pé no chão..." e relacionou aquela atmosfera à atual. "O pensamento de Paulo Freire é o pensamento anticolonial. Ele está na ordem do dia, veja o Fórum Social Mundial. A campanha passou, mas ficou o eco, a fagulha, a memória".