Na opinião do presidente da CBF, José Maria Marin, Ronaldinho Gaúcho não deveria entrar na seleção que vai disputar os Jogos Olímpicos de Londres, em julho.
A convocação da seleção brasileira para os próximos amistosos para a composição final da lista da Olimpíada ocorre na sexta-feira. Marin já deixou claro que pretende ver a lista amanhã, 48 horas antes de ser anunciada ao público.
O cartola afirma que é de sua responsabilidade ainda evitar que o evento seja usado por empresários de jogadores para promover seus atletas e insiste que o objetivo terá de ser o de formar uma equipe de base com "espírito olímpico".
Marin garante que não quer ter acesso antecipado à lista de jogadores para incluir eventuais protegidos seus na lista de Mano Menezes.
Para ele, sua vista ajudaria a evitar "elementos estranhos no grupo".
Em março, Mano anunciou uma lista de 52 jogadores que potencialmente poderiam ir a Londres, uma exigência do COI. O jogador do Flamengo aparecia na lista. Há quatro anos, em Pequim, Ronaldinho apostava justamente nos Jogos Olímpicos para relançar seu desempenho, o que não ocorreu.
Assim como para qualquer outro caso que pareça fora de contexto, Marin insiste que a comissão técnica terá de dar explicações para justificar se Ronaldinho aparecer na equipe. Mas deixa claro que, por ele, Ronaldinho "não iria".
Ronaldinho Gaúcho não seria o único visado e o que o cartola tentará é evitar que surpresas acabem ocorrendo, com a inclusão de jogadores desconhecidos e que seriam alvo de pressão de empresários, na esperança de promover certos atletas.
"Todos sabem quem são os melhores", indicou, apontando para exemplos como Lucas, do São Paulo, e Leandro Damião. "Já vimos listas que eu mesmo tinha dificuldade para saber quem era um determinado jogador", apontou. "A diferença é que eu sou do meio.
Conheço todos os detalhes", indicou. "Não adianta me dizer que tal ou tal jogador está estourando num campeonato totalmente desconhecido. Conheço todos os truques", alertou.
A próxima convocação promete ser uma das mais importantes na era Mano, pelo menos desde a Copa América.
Isso porque o treinador terá a partir do final de maio um bom tempo com a equipe. No próximo dia 26, em Hamburgo, o Brasil enfrenta a Dinamarca, em amistoso. Logo depois, viaja para enfrentar os Estados Unidos, no dia 30.
Quatro dias depois, ainda joga contra o México e no dia 9 contra a Argentina. O período com a seleção é considerado como fundamental para preparar o grupo.
Estadão