Um ano depois de visitar a delegacia especializada no atendimento à mulher, no bairro da Ribeira, a deputada estadual e presidente da comissão de direitos humanos da Assembleia Legislativa, Márcia Maia, voltou ao local para uma nova visita.
Ao contrário dos avanços que espera encontrar, a parlamentar do PSB viu o descaso com a rede de combate à violência contra a mulher aumentar.
A delegada paranaense, Karen Lopes, conta atualmente, com dois escrivães, oito agentes, um auxiliar administrativo e dois estagiários.
O número de servidores, na verdade, é maior, mas com licenças médicas, aposentadorias e afastamentos justificados, a equipe disponível acaba insuficiente. Para se ter uma ideia, um inquérito deveria levar no máximo 30 dias para ser concluído, mas devido à falta de pessoal e estrutura, chega a tomar quase dois meses para ser finalizado.
Não bastasse a falta de pessoal, a delegacia ainda sofre com a ação do mofo, cupins, infiltrações e outros problemas estruturais por falta de manutenção no prédio. Para o trabalho diário, falta armamento, viaturas e até mesmo computadores.
O único, hoje disponível, é fruto de uma doação feita no ano passado pela própria parlamentar.
No ano de 2012, a DEAM Zona Sul bateu recorde em número de inquéritos encaminhados à Justiça desde o ano em que foi instalada: 2006.
Apesar da boa notícia, com os inquéritos chegando à Justiça para serem julgados, a delegada Lopes alerta para a sobrecarga da demanda em relação à unidade que atende não apenas casos da região Sul, mas também das zonas Leste e Oeste da capital.
"Pela falta de estrutura e pela sobrecarga de trabalho. Há dias em que eu, por exemplo, trabalho 15 horas e ainda assim não é suficiente”, lamenta.