O empresário Paulo Marinho — que foi um dos apoiadores mais próximos a Jair Bolsonaro durante a campanha presidencial — disse à Folha que Flávio Bolsonaro, então candidato ao Senado, foi informado com antecedência por um delegado da PF que seria deflagrada a Operação Furna da Onça, que tinha Fabrício Queiroz, assessor de Flávio, como um dos alvos.
Segundo Marinho, suplente de Flávio no Senado e hoje pré-candidato a prefeito do Rio de Janeiro pelo PSDB, os policiais federais teriam retardado a operação para depois do segundo turno da eleição presidencial, para que a campanha de Bolsonaro não fosse prejudicada.
O delegado informante de Flávio, segundo Marinho, teria ainda sugerido que ele tomasse “providências” e orientado o filho 01 do presidente a demitir Queiroz, acusado de operar um esquema de rachadinha, e a filha do ex-assessor, que na época estava lotada no gabinete do então deputado Jair Bolsonaro, antes que a Furna da Onça fosse deflagrada — o que foi feito.
Ainda de acordo com Marinho, essas revelações foram feitas a ele pelo próprio Flávio, depois que a Furna da Onça já havia sido realizada. “Absolutamente transtornado”, o filho de Bolsonaro o procurou, a pedido do pai, porque queria uma indicação de um advogado, já que as investigações o implicavam.
A Operação Furna da Onça foi deflagrada em 8 de novembro de 2018, uma semana depois do segundo turno da eleição presidencial.
Queiroz já estava sumido em dezembro, mas Flávio mantinha contato indireto com o ex-assessor, através de um advogado do seu gabinete, de acordo com Marinho.