A presidenta da Comissão de Educação e Cultura, deputada Fátima Bezerra, fez um discurso hoje em plenário defendendo o livro “Por uma vida melhor”, de Heloísa Ramos, usado pelo Ministério da Educação na alfabetização de jovens e adultos. O governo vem sendo criticado pela oposição, por setores da sociedade e por parte da mídia por, supostamente, defender o “português errado”. Para a deputada, a polêmica é um despropósito e parte de premissas equivocadas.
“A oposição erra ao fazer uso político de uma questão acadêmica”, afirmou Fátima Bezerra. A deputada lembrou que há mais de 15 anos o MEC adota livros que abordam o tema das variações linguísticas e do seu tratamento em sala de aula. Para a deputada, cabe à escola respeitar o conhecimento e a experiência dos alunos, defendendo o respeito à variedade linguística dos estudantes, “sem desconsiderar que é papel da instituição introduzi-los ao mundo da cultura letrada”.
Fátima Bezerra defendeu que o debate revela, mais uma vez, o quanto ainda é forte o preconceito com os de baixo, os mais pobres, os que falam e escrevem de forma considerada “errada”.
“Para não transgredirem regras e padrões da língua culta, a alternativa para os que ‘falam errado’ será o silêncio? O não uso da fala? Nada mais dominador, excludente. Nada mais tranquilizador para uma cultura elitista do que pobres que não se comunicam”, afirmou Fátima no plenário.
A.I.
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