O ministro Garibaldi Filho (Previdência) obteve 216.765 votos em Natal na última eleição para o Senado. O aliado dele, senador José Agripino Maia, amealhou outros 201.118 votos na reeleição.
Como todos sabem, Wilma de Faria, adversária dos dois políticos, perdeu a eleição com 162.707 votos, segundo dados do TRE.
Para Wilma de Faria, não foi uma derrota qualquer.
Primeiro, ela perdeu para Garibaldi Filho e para José Agripino Maia.
Segundo, ela perdeu feio na cidade que administrou três vezes. Natal sempre foi o reduto eleitoral da guerreira. Não é mais.
O resultado da última eleição realça o cenário de decadência política da ex-governadora e ex-prefeita de Natal, Wilma de Faria.
Além disto, Wilma figurou sempre no segundo lugar das pesquisas sobre intenção de votos na capital, pontuando algo em torno dos 17%, noutro claro sinal de fadiga eleitoral.
Como eu já comentei, Wilma aceitou ser vice de Carlos Eduardo Alves para se recuperar junto ao eleitorado de Natal. Ela fará campanha para Carlos Eduardo, o candidato a prefeito, pedindo voto na primeira pessoa: “Eu preciso do seu voto, vote em mim” – deverá dizer ao eleitor de Natal.
Se deseja disputar o governo ou o Senado, Wilma terá de ressurgir das cinzas, como a fênix.
Por conta disso, a eleição de Natal ganha novo ingrediente: a medição de força entre Wilma e Garibaldi. Este será mais um embate entre as duas lideranças que se digladiam desde as eleições de 2002 e não se bicam desde que Wilma derrotou Garibaldi na eleição de governo em 2006.
A derrota para Wilma em 2006 foi a primeira mancha no currículo vitorioso do ministro. Foi a surra de saia, como denominou sua adversária.
Garibaldi já deu o troco na última eleição para o Senado, mas o tempo não cura a desfeita. Garibaldi Filho nutre hoje desprezo por Wilma de Faria, outrora aliada.
A pergunta que se faz na véspera de nova eleição: Garibaldi Filho vai assistir, de camarote, a recuperação de Wilma de Faria em Natal? Ele vai deixar que Wilma se fortaleça para o pleito de 2014?
É pouco provável.
E o caminho para impedir novo avanço de Wilma de Faria é entrar de corpo e alma na campanha do deputado Hermano Morais, candidato do PMDB à Prefeitura de Natal.
A única chance de Garibaldi estragar os planos de Wilma na eleição da capital é fortalecer a candidatura do deputado peemedebista. A eleição de Hermano Morais passou a ser crucial para o futuro do PMDB em Natal, onde Garibaldi Filho é apontado como o líder político de maior influência.
Segundo a Perfil/Nominuto, divulgada neste mês de junho, 46,70% dos natalenses votam no candidato de Garibaldi de olhos fechados.
Esse poder de fogo é a principal arma de Garibaldi para enterrar a carreira política de Wilma de Faria.
Hoje, o ministro da Previdência, principal figura política do Estado, tem motivos de sobra para entrar de cabeça na campanha de Hermano Morais.
Nada de corpo mole. Se não, dá Wilma.
Diógenes Dantas
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