segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Criador do Bina ainda não recebeu por invenção

Só é possível atender o celular sabendo quem está do outro lado da linha antes mesmo de ouvir a voz graças a um mineiro radicado em Brasília. 

Nélio José Nicolai poderia ter ficado bilionário com a invenção do Bina, o identificador de chamadas, que está presente em telefones fixos e móveis em todo o mundo, mas ele nunca recebeu pelo direito de explorarem economicamente a invenção. 

Aos 75 anos, ele ainda luta para receber pelo uso da tecnologia que inventou. Com o pagamento, ele não teria passado por dificuldades financeiras. 

Na última década, Nicolai teve de vender imóveis, carros e até cotas de uma possível indenização para pagar advogados e processar dezenas de empresas de telefonia. Já processou muitas, mas, hoje, concentra suas forças para garantir uma jurisprudência. 

Assim, pensa, conseguirá atingir as cortes de todo o País. Em 33 anos de luta por reconhecimento da invenção, ele ganhou três ações em primeira instância e uma em segunda. Em 2012, recebeu, da operadora Vivo, o que considera “valor irrisório” após uma decisão judicial da 2ª vara cível de Brasília. 

Por contrato, ele não pode divulgar valores. “Eu não fiz um acordo, fui extorquido”, dispara. Mas, se vencer os recursos que as empresas usam para protelar a decisão final, poderá receber uma quantia bilionária: cada pessoa com um dos 283,5 milhões de aparelhos celulares ativos no Brasil paga, mensalmente, uma taxa de R$ 10, o que produz um faturamento mensal de R$ 2,83 bilhões. 

O enredo do Bina começa em 1977, quando Nicolai trabalhava na Telebrasília, operadora nacional da Telebrás, que prestava serviços telefônicos. “Eu os apresentei a ferramenta, mas não me incentivaram. Falaram que eu enchia o saco com algo que não tinha mercado. Me demitiram depois que apareci na mídia pela primeira vez com o identificador de chamadas”, lembra. Hoje, nenhum aparelho é produzido sem a tecnologia. 
IG

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