sábado, 27 de abril de 2019

Mourão teve mais agenda externa no início do governo do que Bolsonaro

O vice-presidente Hamilton Mourão teve 25% mais compromissos fora do Palácio do Planalto do que Jair Bolsonaro desde o início do mandato. 

No foco de críticas de aliados do presidente, principalmente de seu filho Carlos, vereador no Rio, Mourão se notabilizou neste início de mandato por ser um vice atuante, com agenda independente. 

Nesta sexta-feira, 26, o vice-presidente se reuniu com o governador do Piauí, o petista Wellington Dias, no Palácio de Karnak, sede do Executivo estadual. 

Embora o antipetismo seja uma bandeira de Bolsonaro, Mourão disse que teve uma conversa “franca, tranquila” com o governador, na qual “debateu, de forma republicana, honesta e sincera, os problemas que atingem o País como um todo e, em particular, o Estado do Piauí”. 

Em seguida, o vice recebeu o título de cidadão piauiense durante solenidade na Assembleia Legislativa. Nestes quase quatro meses de governo Bolsonaro, Mourão deixou o gabinete para participar de eventos e reuniões 97 vezes – em 14 delas, estava exercendo a Presidência enquanto o titular permanecia internado ou em viagem oficial. Bolsonaro saiu do Planalto para 78 compromissos. 

O número de compromissos do presidente e vice fora de Brasília é similar: Bolsonaro cumpriu 64 agendas oficiais fora da capital federal – esteve no Rio, São Paulo, Brumadinho, Foz do Iguaçu, Macapá e em quatro países. Mourão foi a 71 agendas. Passou por dois países e esteve em mais cidades brasileiras que Bolsonaro: Rio, São Paulo, Sorriso (MT), Caxias do Sul (RS), Carazinho (RS), Não-Me-Toque (RS), Porto Alegre (RS), Manaus (AM) e Teresina (PI). 

O levantamento do Estado foi feito com base nas agendas oficiais do Planalto. Foram desconsideradas agendas apontadas como reuniões particulares, pousos e decolagens e translados. 

Os números mostram o que talvez seja o motivo das rusgas públicas entre o vice e pessoas próximas e aliados de Bolsonaro, como os filhos Carlos e Eduardo (deputado federal pelo PSL) e o escritor Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo. 
AGRN

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