Alexandre Garcia, jornalista da Rede Globo, vem sendo alvo de inúmeras críticas de internautas e também de professores e alunos universitários desde a manhã da última quinta-feira (14) por conta de comentários que fez em uma matéria sobre cotas na Universidade de Brasília (UnB) em um telejornal local.
Em sua participação, Garcia afirmou que os alunos cotistas da instituição entraram “não possuem méritos” para ocupar a vaga.
Para o jornalista, esses alunos e alunas estariam lá por “pistolão”.
“Temos que pensar na qualidade do ensino. Aqui no Brasil ele é todo assim por pistolão, empurrãozinho, ajuda. A tradução disso é cota. Aí põe lá um monte de gente… Só 67%, você viu aí, passaram por mérito. Estão aprendendo como é a vida, a concorrência, sem nenhuma humilhação de receber empurrãozinho. O mérito é a base”, disse o jornalista entre outros comentários que sugeriam o preconceito às cotas, ainda que estudos apontem que cotistas, normalmente, têm desempenho acadêmico superior aos não-cotistas.
Não demorou muito para que internautas, alunos e professores começassem a se pronunciar nas redes sobre a declaração de Garcia.
Flávia Helen, por exemplo, que é professora da rede pública em Brasília e que prepara os alunos para o vestibular da UnB, gravou um vídeo em que faz duras críticas ao jornalista e ainda manda o recado: “Vai se acostumando por que você ainda vai ser atendido por um preto quando for ao médico”. O vídeo viralizou nas redes e já tem mais de 700 compartilhamentos.
Chamou atenção também o artigo escrito por João Marcelo, estudante da UnB, criticando o jornalista. Em seu texto, Marcelo lembra, inclusive, o “flerte” que Garcia teve, ao longo de sua carreira, com a ditadura militar.
“Alexandre Garcia é um conhecido bajulador das hostes oficias. Foi aliado de Ernesto Geisel e porta-voz do ditador João Batista Figueiredo. Foi exonerado após postar seminu numa revista masculina. Apoiou a candidatura de Maluf no Colégio Eleitoral. Foi um dos artífices da cobertura global que favoreceu a ascensão de Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso. É, pois, co-participe da tragédia social, política, econômica e ideológica da sociedade brasileira”, diz trecho do texto divulgado pelas redes sociais.
Pelo Twitter, internautas também fizeram questão de associar o jornalista ao seu suposto apoio à figuras da ditadura. “Lambe botas” e “Filhote da ditadura” foram as expressões mais usadas para se referir à Garcia.
IG