O governador Iberê Fereira de Souza fez um esforço sobre-humano nas últimas semanas. Às vésperas de assumir o Governo com a saída de Wilma de Faria, Iberê descobriu-se doente de um câncer.
Mesmo baqueado com a notícia e a poucos dias da posse, Iberê Ferreira agiu rápido. Sob os cuidados dos médicos do Hospital Sírio Libanês, o agora governador submeteu-se à retirada de um nódulo maligno no pulmão. O procedimento foi um êxito.
Em seguida veio o tratamento de quimioterapia e radioterapia. Foram cinco semanas consecutivas de idas e vindas a São Paulo. E nesse período, Iberê Ferreira de Souza teve de conciliar o tratamento da saúde, sua prioridade, com as ações do governo, outra prioridade.
Qualquer pessoa fica imaginando como foi difícil para o governador. Seria difícil para qualquer um de nós. Mas Iberê Ferreira se superou.
Quem esteve com ele nos últimos dias se deparou com uma pessoa disposta, elétrica e motivada mesmo diante do penoso processo quimioterápico ao qual estava submetido.
Seus auxiliares diretos no governo não tiveram dias fáceis quando Iberê Ferreira estava em tratamento em São Paulo. De uma sala na Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) ou no Governo de São Paulo, Iberê tocou o governo como pôde. Não deu folga a ninguém, segundo relatava esta semana a secretária de comunicação Juliana Celli.
E isso não é papo apenas de assessora. Quem acompanhou o noticiário político observou Iberê Ferreira em solenidades, em reuniões, em estádio de futebol entregando taça ao campeão estadual (ABC), em audiências em Brasília, nas ruas.
Iberê Ferreira não parou um instante sequer. Se o ritmo intenso fez bem ou mal ao tratamento, isso é assunto para os médicos. A verdade é que Iberê Ferreira tentou passar a ideia de normalidade ao momento que vive.
Ainda no ao passado, Iberê Ferreira fazia planos para quando assumisse o governo. Ele dizia aos jornalistas que havia planejado cada ato dos seus nove meses de gestão. E que os três primeiros meses seriam fundamentais para consolidar sua candidatura à reeleição. Seria um test-drive para o eleitor potiguar.
A doença mudou seus planos. Atrapalhou a programação. O tratamento contra o câncer prejudicou exatos 51 dias do plano político-administrativo de Iberê Ferreira.
Até as convenções partidárias lhe resta pouco mais de um mês. Mesmo assim Iberê segue disposto a tocar seu projeto administrativo e a confirmar sua candidatura à reeleição.
O fim da quimioterapia e radioterapia será marcado por amigos e correligionários de Iberê Ferreira de Souza no próximo domingo, em reunião-almoço na Vila Folia, em Natal.
Os opositores de Iberê Ferreira falam em festa de lançamento de campanha por conta da presença de prefeitos e de lideranças do interior do Estado. A guerra faz parte do ano eleitoral.
Mas o que deve ser registrado neste instante é o esforço sobre-humano do governador para enfrentar uma doença maligna, governar o Estado e sonhar com a continuidade do seu governo. E isso não é fácil pra ninguém.
Por Diógenes Dantas