A falta da apresentação de uma justificativa "plausível" para os depósitos de R$ 96 mil na conta do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, incomodou integrantes da equipe do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Neste sábado, 19, Flávio visitou o pai no Palácio da Alvorada.
Havia a expectativa de que o parlamentar desse explicações após o encontro.
A demora por uma reação consistente está causando "grande desconforto" entre setores do governo.
Além do grupo de Moro, militares não escondem o incômodo, apesar de manterem a defesa enfática do presidente. Para eles, esta "não é uma crise do governo", mas há a avaliação de que a repercussão sobre as movimentações atípicas detectadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) pode atingir a imagem do presidente.
Um dos interlocutores de Bolsonaro ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo afirmou que continua valendo "a máxima de que a mulher de César não precisa apenas ser honesta, mas tem de mostrar que é honesta".
Entre os interlocutores próximos do presidente, era esperado que, ainda na tarde de sábado, Flávio se manifestasse sobre o relatório do Coaf revelado na sexta-feira pelo Jornal Nacional, da TV Globo.
Parte do governo avalia que o objetivo da investigação do Ministério Público do Rio é atingir a imagem de Bolsonaro.
Desde a sexta-feira, o presidente tem se mostrado "chateado" com o que considera "ataques" contra seu filho.
Para um grupo próximo a Bolsonaro, a cada hora que passa sem explicações, a contaminação acaba sendo inevitável.
NM