domingo, 20 de janeiro de 2019

Falta de explicação 'plausível' incomoda militares e equipe de Moro

A falta da apresentação de uma justificativa "plausível" para os depósitos de R$ 96 mil na conta do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, incomodou integrantes da equipe do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Neste sábado, 19, Flávio visitou o pai no Palácio da Alvorada. 

Havia a expectativa de que o parlamentar desse explicações após o encontro. A demora por uma reação consistente está causando "grande desconforto" entre setores do governo. 

Além do grupo de Moro, militares não escondem o incômodo, apesar de manterem a defesa enfática do presidente. Para eles, esta "não é uma crise do governo", mas há a avaliação de que a repercussão sobre as movimentações atípicas detectadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) pode atingir a imagem do presidente. 

Um dos interlocutores de Bolsonaro ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo afirmou que continua valendo "a máxima de que a mulher de César não precisa apenas ser honesta, mas tem de mostrar que é honesta". 

Entre os interlocutores próximos do presidente, era esperado que, ainda na tarde de sábado, Flávio se manifestasse sobre o relatório do Coaf revelado na sexta-feira pelo Jornal Nacional, da TV Globo. 

Parte do governo avalia que o objetivo da investigação do Ministério Público do Rio é atingir a imagem de Bolsonaro. 

Desde a sexta-feira, o presidente tem se mostrado "chateado" com o que considera "ataques" contra seu filho. Para um grupo próximo a Bolsonaro, a cada hora que passa sem explicações, a contaminação acaba sendo inevitável. 
NM

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