No século 7 a.C., os chineses começaram a construir a Muralha da China para se proteger de incursões bárbaras.
Dois mil e setecentos anos mais tarde, o regime comunista ergueu a Grande Muralha de Fogo ("firewall", no trocadilho em inglês) para bloquear a maior população internauta do mundo do Facebook, do Twitter, do YouTube e de vários outros sites ocidentais.
Isso não significa que os chineses não tuítem ou tenham páginas pessoais.
No vazio deixado pelos sites proibidos, empresas locais ganham bilhões de dólares imitando sites e adaptando-os tanto ao gosto local quanto à censura oficial.
"A maioria das redes sociais chinesas é copiada do exterior", afirma Liu Xingliang, da Associação de Comércio Eletrônico da China e comentarista do canal estatal CCTV.
Para Dong Xu, da consultoria de internet Analysys, a China não protege o mercado interno, mas quer controlar o fluxo de informação na rede.
Ela afirma que a falta de conhecimento da legislação e do público local dificulta o crescimento de empresas estrangeiras na China. Por motivos semelhantes, avalia, as empresas chinesas têm fracassado em suas tentativas de se expandir fora do país.
Mesmo sem sucesso no exterior, elas têm ganhado dinheiro, muito dinheiro.
Dos dez homens mais ricos da China, dois são ligados à internet, segundo a "Forbes". Robin Li, do site de busca Baidu, tem a maior fortuna do país. Jack Ma, do Tencent, aparece em nono. Entre os milionários brasileiros, por exemplo, não há ninguém da internet entre os 30 mais ricos.
Folha.
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