De acordo com a revista, a PF está no encalço do grupo terrorista Sociedade Secreta Silvestre (SSS), um braço brasileiro do Individualistas que Tendem ao Selvagem (ITS), grupo internacional denominado ecoextremista e investigado por promover ataques a políticos e executivos em outros países.
A revista diz ter entrevistado um dos líderes do SSS, que se identificou como “Anhangá”. Em um chat na deepweb, uma espécie de área clandestina e irrastreável da internet, o líder teria confirmado à reportagem da Veja que o plano para matar Bolsonaro é real e começou a ser elaborado desde a eleição do presidente, em 2018.
Ele teria afirmado à Veja que o presidente é um “estúpido populista” que “falha com sua segurança” e anda “sem uma proteção adequada”.
O motivo do grupo, segundo a Veja, é que Bolsonaro e sua administração têm declarado guerra ao meio ambiente.
Segundo a revista, o atentado só não foi executado no dia da posse devido ao forte esquema de segurança envolvido na cerimônia, e que entre os alvos estavam Bolsonaro, a esposa Michelle, e os filhos do presidente: Carlos, Eduardo, Flávio e Jair Renan.
Apesar da desistência, dias antes da posse, o grupo diz ter realizado uma tentativa de ataque à bomba em uma igreja, distante 50km do Palácio do Planalto, na qual o artefato só não explodiu porque apresentou uma falha no detonador.
SALLES E DAMARES NA MIRA
O SSS também teria revelado à Veja que foi o autor de um ataque a um posto do Ibama, em Brasília, quando duas viaturas do órgão foram incendiadas em abril deste ano.
Na ocasião, segundo o líder do grupo, mensagens contra Salles foram pichadas. “Anhangá”, ainda segundo a Veja, teria chamado o ministro do Meio Ambiente de “cínico” e classificado sua nomeação como a de um “lobo cuidando de um galinheiro”.
Damares também estaria na mira do SSS, de acordo com a reportagem. A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, na avaliação do líder, “é a cristã branca evangelizadora que prega o progresso e condena toda a ancestralidade”, o que iria contra o que o eco-extremismo prega.
BOLSONARO CONFIRMA INQUÉRITO
Questionado, Bolsonaro confirmou na manhã desta sexta-feira (19) que o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência já tinha conhecimento da investigação sobre um grupo.
Ao ser perguntado sobre o caso no final de um café da manhã com jornalistas de agências internacionais, no Palácio do Planalto, Bolsonaro confirmou que havia lido a reportagem naquela manhã.
“Eu li e encaminhei, o GSI já tinha conhecimento", disse.
“O risco de atentado a mim ou a qualquer líder mundial sempre vai existir”, afirmou, segundo a Reuters.