Na sexta-feira (24/4), ao se despedir do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro afirmou que a única condição que impusera ao presidente Jair Bolsonaro para entrar no governo foi uma pensão para a família caso ele morresse no trabalho.
Nesse domingo, o ex-ministro afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que o pedido foi "genérico" e que uma pensão deste tipo precisaria ser criada por meio de uma lei.
"Foi uma solicitação genérica de pensão para a minha família caso fosse assassinado no combate ao crime organizado, a concessão dependeria de lei nova", disse Moro.
Segundo ele, o benefício seria similar ao que é pago para ex-combatentes e só valeria caso fosse assassinado por organizações criminosas.
O ex-juiz da Lava-Jato vem sendo criticado, desde sexta-feira, por pessoas que interpretaram o pedido dele como uma ilegalidade.
O deputado federal Rui Falcão (PT) pediu sábado à Procuradoria Geral da República (PGR) que investigue uma possível solicitação de vantagem indevida por Moro.
"Pedi apenas que, já que nós íamos ser firmes contra a criminalidade, que se algo me acontecesse, pedi que a minha família não ficasse desamparada sem uma pensão. Foi a única condição que eu coloquei para assumir essa posição específica no Ministério da Justiça", afirmou o ex-juiz da Lava Jato na sexta-feira.
Ao jornal, ele explicou que também estava preocupado com a perda de 22 anos de contribuição previdenciária a que tinha direito por ter sido juiz federal.
Questionado, o Ministério da Justiça não respondeu se a proposta de criar uma pensão para quem combate o crime organizado foi adiante. Também procurada, a Presidência da República não se pronunciou.
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