Aos 62 anos, Arlindo Barreto continua seguindo a máxima que o consagrou: está sempre rindo. Ele foi um dos mais carismáticos intérpretes do palhaço Bozo nos anos 1980, mas viu sua vida quase ser destruída pela cocaína – droga que hoje nega ter usado durante o trabalho no SBT.
Depois de vários tratamentos, largou o vício ao virar evangélico.
Hoje, 30 anos depois, vive como pastor mambembe, rodando pelo país, e tem sua história retratada no cinema.
Atualmente, Vladimir Britcha o interpreta em um longa que deve chegar às salas de exibição em 2016. Barreto, que fará uma ponta na produção incorporando Silvio Santos, conta com exclusividade ao Notícias da TV que só virou palhaço do SBT após sofrer assédio sexual de um diretor da Globo.
“Esse diretor global, que já morreu, queria que eu transasse com ele em troca de um papel. Nada contra, mas não sou gay. Eu o xinguei, o acusei de usar seu cargo para manipular as pessoas e ele me disse que eu nunca mais entraria na Globo. Ali, prometi que bateria na audiência da emissora um dia. Cinco anos depois, eu virei o Bozo e batia a audiência da Globo”, relembra.
Barreto deixou de atuar na TV e no teatro há três décadas, mas o sangue artístico segue firme em suas veias, pois sua pregação é mais do que teatral. “E continuo completamente louco!”, afirma, bem humorado. Ele é filho de Márcia de Windsor (1933-1982), uma das primeiras mocinhas da Globo.
Ainda jovem, trabalhou em algumas emissoras, fez cinema, ganhou prêmios e virou galã. A carreira de ator ia bem até ele receber a proposta para o “teste do sofá”.
Questionado sobre datas, ele desconversa: “Não sei. Fumava muita maconha, mas muita maconha mesmo. Naquela época, meu cérebro deixou de funcionar para datas”.
Antes virar o Bozo, ele fez muita pornochanchada. “Cansei de correr pelado pelas ruas de São Paulo. Fazia comédia nu, mas cansei daquilo. Ser ator é fácil, chorar é fácil. Tony Ramos é sempre Tony Ramos nas novelas. O difícil é fazer rir”.
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