O italiano Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos, cumpriu seu primeiro dia de pena nesta terça-feira (15), no centro de detenção de Oristano, na Sardenha.
Battisti recebeu a visita do seu novo advogado, Davide Steccanella, que tem um escritório em Milão, é especialista no período dos Anos de Chumbo na Itália e já defendeu outros acusados de terrorismo e associação mafiosa.
O advogado chegou por volta do meio-dia local (9h de Brasília), mas não quis dar declarações à imprensa. Battisti ainda visitado por um médico e por um educador na prisão.
Battisti deu entrada na prisão de Massama, em Oristano, na tarde de ontem (14).
Ele voltou à Itália após 37 anos, deportado da Bolívia, após ser preso em Santa Cruz de la Sierra um mês depois de ter fugido do Brasil, quando o então presidente Michel Temer assinou sua extradição em 14 de dezembro.
De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, Battisti teria dito, logo ao chegar à prisão, que "estava doente". "Por favor, me diga em qual parte do mundo eu estou? Agora tudo acabou. Tenho 64 anos, estou doente, mudei", teriam sido as primeiras palavras do italiano em Oristano.
Ao longo do trajeto de Roma a Oristano, o italiano também teria solicitado uma foto de um de seus filhos.
O italiano foi condenado por quatro assassinatos cometidos na década de 1970, quando era membro do grupo de extrema esquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC).
Ele foi sentenciado à prisão perpétua, mas fugiu do país e passou anos vivendo na França, no México e no Brasil, onde chegou a receber asilo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
ANSA