Candidato a governador, o engenheiro mossoroense José Agripino Maia precisa de uma candidatura à Prefeitura de Mossoró, para lhe dar suporte em sua terra natal. O ano é 1982.
Muito amigo do professor-jornalista Canindé Queiroz, Agripino e seu pai – ex-governador Tarcísio Maia – acertam sua postulação a prefeito. Como vice, Alcimar Torquato, que depois viria a ser conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Canindé e Alcimar são dois legítimos exemplares da turma da manguaça.
Mesmo sabendo da chance “zero” de vitória, em face do favoritismo acachapante do ex-prefeito Dix-huit Rosado, os dois cumprem o script. Formam palanque para José e caem em campo, como podem, à cata de votos.
Zona rural do município, Canindé e Alcimar fazem caminhada corpo a corpo entre casas humildes e esquálidas bodegas, ziguezagueando entre cercas e animais domésticos.
De repente, Canindé olha para os lados e para trás. Não encontra seu vice.
Retrocede, pisa o mesmo caminho de volta e logo o localiza numa espécie de “copo a copo” numa mercearia, cercado de pinguços. O suficiente para o candidato a prefeito inflar, desapontado com a postura do vice:
- Porra! Que candidato é você que me deixa por aí? Quer beber sozinho, é?
A caminhada morreu ali, numa animada carraspana
Carlos Santos
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