quinta-feira, 10 de novembro de 2011

MAIS UMA "ARRUMAÇÃO" DA PREFEITURA DE NATAL.

Na sanha de arrecadar a todo custo ou de fazer dinheiro a toque de caixa, a Prefeitura de Natal está desengavetando um projeto antigo: o estacionamento rotativo.

O serviço já existe em outras cidades. João Pessoa, vizinha nossa, opera algo semelhante nos bairros do centro da capital paraibana. Fortaleza, idem. Entre outras.

A ideia da Prefeitura de Natal é criar 3.500 vagas de estacionamentos para carros e motos em bairros como Cidade Alta, Petrópolis, Ribeira, Alecrim e Lagoa Nova, principalmente nas proximidades dos fóruns e prédios públicos.

A nova onda de terceirização das ruas de Natal leva o nome pomposo de Estacionamento Rotativo Eletrônico. E segundo a Semob (Secretaria de Mobilidade Urbana), encarregada de preparar o projeto, a compra dos bilhetes eletrônicos será feita por telefones celulares através de cartões de crédito.

A licitação está prevista para acontecer no primeiro trimestre do próximo ano, às vésperas da campanha eleitoral.

Segundo a Prefeitura de Natal, a empresa que vencer a licitação vai arcar com todos os custos de elaboração, treinamento de pessoal e monitoramento dos espaços de estacionamento nas ruas.

É bom ressaltar que a empresa só fará o monitoramento. Ela não vai se responsabilizar por eventuais danos aos veículos.

E aí volta aquela velha pergunta: por que pagar por este serviço se a segurança não é garantida?

A antipatia do natalense a esse tipo de cobrança é notória. Lembram do malfadado Parquímetro implantado e logo depois retirado pelo então prefeito Carlos Eduardo no Alecrim, há cerca de dez anos?

Pois é. A população e o comércio em geral têm horror a esse tipo de cobrança porque não vêem vantagem nela. As pessoas acham que estão sendo achacadas. Elas ficam com a impressão de que estão pagando por um serviço e não estão recebendo nada em troca. E quando há qualquer problema - dano ou roubo do veículo - os responsáveis pelo serviço - empresa terceirizada e a prefeitura - não estão nem aí.

Olha, por conta do fracasso do Parquímetro do Alecrim, eu acho que essa discussão tem de ser debatida à exaustão por nossas autoridades nos diversos fóruns, principalmente na Câmara Municipal de Natal, na imprensa e no comércio.

Não dá para implantar um projeto de cima para baixo, sem ampla discussão. Cadê o projeto de implantação de estacionamentos privados em vários pontos da cidade, tão propagado no início desta gestão? Cadê?

A Prefeitura de Natal não pode simplesmente terceirizar as vias públicas, permitir uma cobrança de taxa e tirar a dela da reta, não. É preciso discutir o assunto com os munícipes. Afinal, somos nós que vamos a pagar a conta. Mais uma.

Será que os mais 90% dos natalenses que desaprovam a gestão da prefeita Micarla de Sousa concorda com a terceirização das ruas de Natal?

Eu acredito que eles não concordam, não.
Diógenes Dantas

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