domingo, 2 de outubro de 2016

Ser aliado de Michel Temer foi fardo para candidatos

Ser aliado de Michel Temer foi um fardo, e não um atributo para os candidatos cujos partidos integram a coalizão do novo governo. 

O caso mais emblemático, como sempre, foi o de São Paulo. Marta Suplicy deixou o PT e votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff porque não tinha mais espaço no partido e porque se desgastou internamente ao defender o “volta Lula” sendo ministra de Dilma em 2014. 

Fez um cálculo de que, saindo do PT e criticando a corrupção em que o partido se envolveu, colheria os louros em forma de votos nos chamados territórios azuis. 

Não só não aconteceu, como sua adesão ao PMDB de Temer lhe rendeu desgaste na fase final da disputa, quando passou a ser atacada pelo ex-correligionário Fernando Haddad por apoiar as reformas – que foram levadas ao palanque como supressão de direito de trabalhadores e aposentados, algo fatal para alguém que não conseguiu entrar nos “azuis” e tinha a periferia como ponto de resistência. 

Assim como Marta, aliados de Temer País afora sofreram com imputações negativas, ora chamados de “golpistas” – discurso que colou mais nos nichos já convertidos à esquerda e aos remanescentes petistas – ora acusados de serem contra direitos sociais, aí sim um petardo de maior alcance.
Estadão

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