Com aval do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o ministro Paulo Guedes (Economia) retirou nesta quinta-feira (15) o salário extra, no valor de R$ 21 mil mensais, do ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional).
A decisão ocorre um dia após reportagem da Folha de S.Paulo mostrar que Marinho é o ministro que, até então, mais se beneficiou da prática de acumular cargos e, assim, inflar o contracheque.
O ministro ocupava um cargo no Conselho Fiscal do Sesc (Serviço Social do Comércio) desde fevereiro de 2019. Por 20 reuniões do colegiado, ele recebeu mais de R$ 200 mil nesse período.
No lugar de Marinho, foi escalado o ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo). Com isso, os jetons (gratificação por participar do conselho) passam a ser pagos a Ramos, que, segundo integrantes do Ministério da Economia, vem desempenhando bom trabalho na articulação política.
Após assumir a pasta do Desenvolvimento Regional, Marinho passou a travar embates (alguns públicos) com Guedes. Os dois divergem sobre os rumos da política econômica, já que Marinho passou a articular com o Congresso maneiras de burlar o teto de gasto, regra que impede o crescimento das despesas públicas acima da inflação.
Na mais recente disputa, Bolsonaro se irritou com Marinho, por, em reunião com economistas, fazer críticas a Guedes.
Diante do desgaste e da extensão dos "penduricalhos" no salário do ministro do Desenvolvimento Regional, Guedes e o Palácio do Planalto chegaram a um acordo para transferir o "bônus" a Ramos.
Com isso, Marinho perde os jetons, que elevavam o contracheque dele há vinte meses a patamares acima do teto salarial do funcionalismo público (R$ 39,2 mil).
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