sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O FATOR MARINA

A presença de Marina Silva na disputa presidencial do ano que vem faz toda a diferença. Por isso mesmo, as atenções do mundo político estão voltadas hoje para a decisão do Tribunal Superior Eleitoral – se vai ou não autorizar a criação da Rede Sustentabilidade. 

A importância de Marina na disputa não é novidade. Ela também fez diferença em 2010. Foram os quase 20 milhões de eleitores dela que levaram a disputa para o segundo turno – mas ela não estava lá. E sim José Serra (PSDB), contra a favorita na época, Dilma Rousseff. 

As pesquisas feitas até aqui mostram que Marina vai fazer a diferença, mas, ao contrário de 2010, é ela quem está em segundo lugar. 

Ela já apareceu com 22% das intenções de votos, perdeu um pouco, e agora varia em torno de 16%. 

Mas nenhum outro concorrente tirou-lhe o segundo lugar. É aí que está o interesse geral pela possibilidade ou não de ela entrar na disputa. 

 Em conversas reservadas, é claro, petistas torcem para que Marina não consiga viabilizar o Rede Sustentabilidade para disputar a eleição do ano que vem. 

É que eles sonham em decidir a disputa no primeiro turno – coisa que não aconteceu nas últimas três eleições que o PT venceu. Contra Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), os petistas acreditam que Dilma possa vencer na primeira rodada. 

Afinal, nenhum deles é conhecido nacionalmente e, assim, não conquistariam tantos eleitores. Já os partidos dos candidatos de oposição também preferem não ter Marina no páreo. Aí porque cada um deles imagina que poderá ficar no lugar dela – conquistar a segunda vaga para chegar ao segundo turno. 

Esses partidos calculam que se Marina tem entre 15% e 20% de intenção de votos é porque este contingente de brasileiros não está querendo continuidade, não pretende votar na candidata à reeleição, Dilma Rousseff. 

Partidos de oposição dizem que circula entre eles pesquisa mostrando que 63% dos eleitores não estão interessados em continuidade. Daí a brecha para entrarem competitivos na disputa do ano que vem. 

As indicações do Tribunal Superior Eleitoral são de cenário adverso para Marina. Vai ser preciso esperar até o julgamento da noite para se saber se ela terá ou não a Rede para disputar a eleição. 

Mas que há uma torcida contra no meio político, isso há. Bem, ainda que a decisão do TSE seja desfavorável à Marina, ela ainda terá uma segunda possibilidade: filiar-se a outro partido para disputar a eleição. 

Mas, neste caso, ela perderia parte de seu discurso – o de que pretende ter um partido diferente para inaugurar uma nova forma de fazer política. 
Cristiana Lôbo

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