Apesar de parecem conhecidos de longa data quando interagem no “Jornal Nacional”, Maria Júlia Coutinho, “moça” do tempo do telejornal, nem conhece pessoalmente os titulares da bancada, William Bonner e Renata Vasconcellos.
Tamanha intimidade no ar foi construída com a ajuda da tecnologia.
— Minha relação com eles é via telefone e e-mail. É muito louco porque parece que já tomamos café juntos, tão grande é a nossa sintonia — comenta a jornalista, que assumiu o novo posto no final de abril e segue morando em São Paulo, enquanto o “JN” é transmitido do Rio.
O convite veio num sábado de folga. Especificamente no dia 11 de abril. Então à frente das previsões meteorológicas do “Hora um” e do “Bom dia Brasil”, Maria Júlia recebeu um e-mail de sua chefe.
A diretora de jornalismo da Globo em São Paulo, Cristina Piasentini, pedia para conversar: “Não quer passar aqui?”.
— Ela me disse que estava gostando do meu trabalho, da minha informalidade, e que eu seria promovida — conta ela.
A mudança seria “no susto”: a estreia estava agendada para apenas 16 dias depois.
— Não me senti nervosa, mas sei que fiquei, porque fui abraçar uma colega, e ela falou que eu estava gelada, o que não é normal — lembra a jornalista, que recebeu apenas uma recomendação: — Que eu mantivesse o meu jeito. Queriam uma coisa mais solta, uma interação com os apresentadores. Tenho bom senso.
Até a estreia ao vivo diante de Bonner e Renata, Maria Júlia gravou pilotos todos os dias. No “JN”, em vez dos 40 segundos a que estava acostumada, ela teria dois minutos e meio para comentar a meteorologia.
— Precisava de mais espaço, até para ficar mais natural — pondera ela, que diz não combinar as perguntas previamente com os âncoras.
— Mando para eles um roteiro do que vou comentar. Digo, por exemplo, que vou começar falando de temperaturas baixas, da chuva na região Sul, depois sigo para o sol no Nordeste. E, a partir daí, eles improvisam.
Desde que estreou no horário nobre, a rotina de Maria Júlia mudou: em vez de acordar às 2h para fazer companhia à Monalisa Perrone no primeiro telejornal da Globo, o despertador agora toca às 8h.
— Graças a Deus! Meu marido agradece— diverte-se ela, que é casada desde 2009 com o publicitário Agostinho Paulo Moura.
— A gente pode dormir mais tarde, posso sair, visitar amigos, a família. De manhã, consigo ler o jornal, fazer café, passear com meu cachorro…
Outra novidade é que a mesa dela não fica mais na redação.
— Agora fico no departamento de arte, para acompanhar mais de perto o processo da elaboração dos mapas com os ilustradores e meteorologistas — afirma.
O Globo
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