O jornalista Glenn Greenwald, 1 dos fundadores do portal The Intercept, afirmou nesta 3ª feira (25.jun.2019) que está sendo perseguido por integrantes do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, desde que divulgou conversas entre o ministro da Justiça, Sergio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato.
Greenwald disse estar sendo vítima de mentiras disseminadas pelo partido. “Estou desapontado que o partido do governo ficou nas últimas duas semanas fazendo acusações totalmente falsas sobre mim. Parece que eles não estão aqui, estou vendo muito pouco deles”, disse em audiência na Câmara dos Deputados.
“Eu queria muito discutir frente a frente, na minha cara, essas acusações que o partido do governo vem falando o tempo todo. Mas, evidentemente, é muito mais fácil difamar pessoas escondido atrás de 1 computador”, completou.
O The Intercept teve acesso a conversas realizadas no Telegram durante 1 período de 2 anos (2015-17). As primeiras mensagens divulgadas mostram o então juiz federal dando orientações sobre procedimentos da operação Lava Jato a Dallagnol. Os 2 negam irregularidades.
“Nos EUA é impensável 1 juiz fazer isso [trocar esse tipo de mensagens com a acusação do processo]“, disse. “Se 1 juiz fizer uma vez o que Sergio Moro faz durante 5 anos, vai sofrer muita punição. Com certeza vai perder seu carro, vai ser impedido de ser advogado com permanência”, disse Glenn Greenwald.
O jornalista citou a fala do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), feita ontem (24.jun.2019) que se Moro fosse deputado ou senador estaria no Conselho de Ética, cassado ou preso pelo conteúdo das conversas. Alcolumbre defendeu que seja apurada a veracidade das conversas. “Todo mundo sabe disso”, afirmou.
Legalidade do material
Sobre a acusação de que o vazamento é ilegal, Greenwald disse que a acusação se trata de especulação. Segundo ele, não há provas de que a fonte do site obteve as conversas de maneira ilegal.
Greenwald ainda defendeu a prerrogativa do jornalismo de publicar material de interesse público.
“A Constituição proteje o jornalismo brasileiro e exatamente o que estamos fazendo é jornalismo”, disse.
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