segunda-feira, 24 de junho de 2019

'Você vai cair pelas mãos dos LGBTs', diz David Miranda a Bolsonaro na Parada

O deputado federal David Miranda (PSOL-RJ) afirmou neste domingo (23), durante a 23ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, que o movimento que toma conta da Avenida Paulista representa um recado ao presidente Jair Bolsonaro e uma resposta ao momento político nacional. 

“A Parada acontece em momento crucial porque temos hoje um presidente que é um nêmesis contra a nossa população, ele é LGBTfóbico. Estamos resistindo na rua, mas com alegria, com famílias, amigos e irmãos, mas com o punho cerrado e mandando o recado: Ei, Bolsonaro, você vai cair pelas mãos dos LGBT”, ressaltou, em entrevista ao Yahoo!. 

Miranda é marido do jornalista Glenn Greenwald, coautor das reportagens do The Intercept Brasil que apontam interferência do ministro Sergio Moro na Lava Jato, e foi eleito suplente do ex-deputado federal Jean Wyllys. 

Em janeiro deste ano, assumiu sua cadeira no Legislativo Federal após Wyllys deixar o mandato e procurar exílio no exterior relatando ameaças de morte. 

MAIS REPRESENTATIVIDADE 

O parlamentar destacou o fato de ser, atualmente, o único no parlamento federal assumidamente gay e relembrou o assassinato de Marielle Franco. “Tivemos um parlamentar assumido LGBTI que teve de sair do país porque foi minado com terrorismo durante muito tempo. No Rio, uma outra parlamentar, Marielle, foi assassinada porque também era LGBT. Estamos na rua para resistir e mostrar que nossos corpos estão resistindo com alegria”. 

“Acima de tudo, temos de criar consciência política e votar LGBT para termos mais representatividade. Não é possível que sou o único assumidamente em Brasilia lutando pela causa. Se isso não acontecer, não mudamos a estrutura de poder e moldura de representatividade naquele espaço (Congresso)”, completou. 

No início de junho, Miranda enviou à PF (Polícia Federal) denúncia de ameaças de morte que tem recebido após a divulgação da troca de mensagens de Moro com procuradores pelo site de Gleen. “Estamos aqui para dar o recado que, assim como em Stonewall, há 50 anos, estamos cansados de sermos massacrados”

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